Vendas do agronegócio aos árabes continuam a crescer

21 de agosto de 2009 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: 20/08/2009 - Intelog

As exportações do agronegócio brasileiro aos países árabes renderam US$ 3,673 bilhões de janeiro a julho deste ano, um aumento de 15,8% sobre o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na mesma comparação, as receitas das vendas externas totais do setor caíram 9,5%.


“Este ano, com os preços em média mais baixos, esse crescimento é surpreendente”, comentou o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio, órgão do Mapa, Eduardo Sampaio Marques.


A queda nas exportações de carne de frango e bovina, que são os principais itens da pauta, foi compensada pela ampliação das vendas de outros produtos, especialmente açúcar e soja. Os embarques de açúcar ao mundo árabe renderam US$ 1,21 bilhão, 49% a mais do que nos primeiros sete meses de 2008.


Segundo Marques, o mercado internacional da commodity foi fortemente afetado pela demanda da Índia, que de um ano para o outro passou de grande exportadora para grande importadora. Só para dar uma idéia, entre os principais destinos do açúcar brasileiro em 2009, de acordo com ele, a Rússia aparece em primeiro lugar, seguida da Índia e dos Emirados Árabes Unidos.


Como o país asiático deixou de ser exportador, o Brasil passou a ocupar ainda mais espaço nos mercados globais. A oferta menor fez do açúcar um dos poucos produtos que não tiveram desvalorização este ano.


No caso da soja em grãos, as exportações aos árabes somaram US$ 152 milhões, um aumento de 187% em relação ao período de janeiro a julho de 2008. Segundo Marques, o Brasil vendeu muita soja no primeiro semestre quando o preço do produto estava mais alto, houve até antecipação de embarques por parte de algumas empresas para aproveitar o momento.


Os países árabes, principalmente a Arábia Saudita, têm comprado do Brasil matéria-prima para a produção de ração animal, com vistas a alimentar os rebanhos locais. Isso, na opinião de Marques, explica o crescimento das exportações de soja e também de milho.


O milho impulsionou as vendas do item “cereais” de US$ 83 milhões nos primeiros sete meses de 2008 para US$ 133 milhões no mesmo período deste ano. Houve também influência das exportações de arroz, mas em menor escala.


Entre os 10 principais produtos do agronegócio exportados aos árabes, só houve queda nas vendas de carnes in natura e óleo de soja. Nos dois casos, de acordo com Marques, não se trata de uma particularidade do comércio com a região, mas de algo que se repetiu em escala global. Na seara das carnes houve diminuição da demanda mundial, e, no que diz respeito ao óleo, o que caiu foi a oferta brasileira.


Além do açúcar, soja em grãos e cereais, cresceram também as exportações de farelo de soja, café, carnes industrializadas, fumo e animais vivos.


Ocorreu aumento nas vendas para os cinco principais mercados na região: Arábia Saudita (18,6%), Emirados (29,6%), Egito (10,2%), Argélia (36,4%) e Marrocos (25,7%). Houve crescimento expressivo para destinos como o Iêmen (50,5%), Líbano (26,2%), Iraque (81,7%), Mauritânia (41%), Sudão (140%), além de Djibuti e Somália.
 

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