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A exposição In Principio mostra fotos sobre a produção de café no mundo |
Em preto e branco, conforme seu estilo dominante nos últimos anos, Salgado retrata com sua câmera os trabalhadores dos cafezais, freqüentemente indígenas, em um mundo intacto e alheio à tecnologia.
Nem grandes fábricas de produção nem veículos industriais, além de um velho trator ou ônibus que parece fazer parte do passado: a exposição se centra nos cafezais, como continuação da natureza, e dos homens e as mulheres que trabalham nesses locais.
“Não me interessaram as grandes produtoras, mas o trabalho das milhares de famílias que na Colômbia, por exemplo, vivem do café”, explicou.
A mostra está em cartaz no Postfuhramt – velha central dos correios construída em 1976 no bairro de Mitte, agora uma galeria de exposições – e ocupa cinco espaços, um para cada país que Salgado “visita” com sua câmera.
As fotografias, 60 no total, foram tiradas entre 2002 e 2007 e fazem parte do projeto patrocinado por uma marca italiana de café.
Salgado percorre, país a país, desde a colheita do café e sua coleta, ao trabalho de secagem, tostadura e transferência à Itália.
“O café age como fio condutor de culturas distintas, sejam africanas, latino-americanas ou de outras partes do mundo”, disse o fotógrafo, que destacou a surpresa ao comprovar, em uma viagem recente, que lugares como a China também produzem café.
Seu itinerário fotográfico começou no Brasil, seguiu por Índia, Etiópia e Guatemala, para terminar na Colômbia, país cafeicultor por excelência, onde expressamente se detém nos “pequenos produtores familiares”, afirmou.
A mostra ficará aberta ao público até 5 de outubro.
EFE