Recuo nas commodities não é tendência, diz Bernard Appy

Por: O Estado de São Paulo

ECONOMIA & NEGÓCIOS
21/03/2008
 
Recuo nas commodities não é tendência, diz Bernard Appy
Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, movimento tem caráter especulativo
 
Marcelo Rehder
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse ontem, em São Paulo, que a queda dos preços das commodities (matérias-primas agrícolas e metálicas negociadas em bolsas internacionais) nos últimos dias não pode ser vista como uma tendência de longo prazo. Por enquanto, segundo ele, esse movimento reflete a realização de lucros de alguns investidores e a conseqüente correção de preços de caráter especulativo no mercado.


“Estamos passando por um período de queda dos preços, depois de um período de alta muito forte no mercado global”, afirmou Appy. “Temos de olhar com algum cuidado quando falamos dos preços das commodities e não considerar a queda dos últimos dias como sendo a tendência de longo prazo.”


Ao contrário, o secretário considera que ainda persiste a tendência dos últimos anos, de alta dos preços, motivada principalmente pelo aumento da demanda dos países emergentes.


O Brasil é um grande exportador de commodities, como soja, algodão, café, açúcar, petróleo e minério de ferro, entre outros, que respondem por 65% das vendas externas do País.


“Uma queda forte dos preços dessas mercadorias certamente teria efeito negativo sobre a balança comercial, mas teria efeito positivo sobre a inflação”, observou Appy.


Segundo ele, a política econômica tem de considerar essas duas variáveis na definição do que seria feito caso se configure um cenário de queda muito mais acentuada dos preços das commodities. “Mas não há nenhum indicador de que haveria uma enorme depreciação do preços ao longo dos próximos meses”, ressaltou.


O secretário de Política Econômica afirmou que o governo acompanha com muita atenção o desenrolar da crise internacional e está preparado para as diversas conjunturas que podem resultar desse cenário. “ Em momento nenhum o governo achou que o País estava imune à crise”, disse. “O que o governo entende é que, em função dos avanços na consolidação da solidez macroeconômica nos últimos anos, hoje o Brasil está muito mais preparado para resistir a pioras no cenário internacional sem ser muito afetado.”

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