Mistura benéfica e nutritiva

Por: Jornal de Brasilia

CERRADO / 21/03/2008 
 

Leguminosas e capineiras melhoram o desempenho da lavoura
 
Grasielle Castro
Alimento saudável é sinônimo de produtor contente e, principalmente, de consumidores bem nutridos. Para agradar a todos, o primeiro passo é o manejo do solo. É nele que estão contidos os principais nutrientes para a cultura. Se o produtor faz um excelente trabalho, mas o solo não contém os ingredientes necessários ao cultivo que será conduzido ali, o resultado da colheita, com certeza, não será dos melhores. Uma dica para conseguir um solo rico e saudável é trocar parte dos agroquímicos pela adubação verde.


Colocar plantas no lugar de adubos químicos parece trabalhoso, mas pode ser bem mais vantajoso. Prova disso é a quantidade de nitrogênio que, naturalmente, a adubação verde consegue repor para o solo.


De acordo com a agrônoma Roberta Sousa Matos, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), a leguminosa mucuna-preta é capaz de fornecer ao solo cerca de 200 quilos de nitrogênio por hectare. “Isso representa uma economia enorme de adubos químicos”, destaca a agrônoma.


Além da adubação verde ser mais barata, é disponibilizada no solo e utilizada pela planta de acordo com sua necessidade. Quando um agricultor coloca toneladas de produtos químicos no solo, a planta aproveita somente uma parte, além de ser difícil ela conseguir aproveitar diretamente tudo que lhe é oferecido. Porém, quando os nutrientes estão constantemente disponíveis, armazenados no próprio terreno, a planta pode utilizá-los sempre que houver necessidade.


“Os adubos químicos não são disponibilizados no solo de acordo com a necessidade das plantas, são caros e não agem de forma duradoura”, ressalta Roberta Matos. Ela lembra, ainda, que além dessas vantagens, a adubação verde ajuda a construir a vida do solo.


Economia
A economia que o agricultor faz ao adotar a adubação verde é enorme. A tecnologia pode ser usada tanto por produtores orgânicos quanto convencionais. De acordo com estudos realizados pela Embrapa, o quilo de fertilizante químico (NPK) custa, em média, R$ 1,68. Já quem opta pelas culturas usadas como adubo verde, paga apenas uma vez pelo preço das sementes. Depois, é possível reproduzi-las, o que torna o agricultor mais independente.


A agrônoma Tereza de Oliveira Saminez, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), aponta como uma das vantagens da adubação verde o fato de ela inserir outras espécies, aumentando a diversidade de plantas, insetos, microorganimos e animais. E, tudo isso, fazendo a adubação verde junto com a espécie de interesse comercial, como café, soja, milho e hortaliças, sem causar dano algum ao meio ambiente.


“As plantas que têm propriedade de adubo podem ser cultivadas no próprio cordão de contorno da plantação. Isso faz com que ela quebre o vento e sirva como abrigo de inimigos naturais, além de proteger o solo. Tudo, sem causar nenhum prejuízo”, diz Tereza.
 
 

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