Porto de Santos receberá aportes de R$ 5,2 bilhões para expansão

Por: DCI

27/08/09 – O Porto de Santos, o maior do País e administrado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), está com projetos de expansão e de melhorias na infraestrutura que, contabilizados, somam investimentos de cerca de R$ 5,2 bilhões, divididos entre a iniciativa privada e o poder público. Isso sem contar o plano do “novo porto”, para a região denominada Barnabé Bagres, hoje objeto de estudo de viabilidade por três grupos e que deve ganhar um orçamento até o final de setembro próximo.


A importância desses aportes pode ser vista no levantamento do potencial de avanço no Porto de Santos, que está em andamento, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vislumbra que a unidade tem condições de saltar dos atuais mais de 80 milhões de toneladas movimentados, para quase 230 milhões em 2024 – levando em consideração um cenário pessimista, este número ficaria em 130 milhões. “Este estudo leva em consideração as potencialidades de desenvolvimento do complexo santista, observando as demandas projetadas pelo agronegócio e a indústria”, explica José Roberto Correia Serra, diretor presidente da Codesp, ao acrescentar que o trabalho está em curso e terá complementações com variáveis socioeconômicas, financeiras e ambientais.


Em relação as ações de expansão em curso nas docas santistas, o executivo listou obras como as das avenidas perimetrais, que somam mais de R$ 500 milhões, a realização da dragagem (aprofundamento) e derrocagem do canal portuário, o que devem consumir mais de R$ 340 milhões nos próximos anos – estes via aportes de públicos. Mas existem investimentos pesados planejados pela iniciativa privada, como o R$ 1,6 bilhão do Brasil Terminal Portuário (BTP), da Europe Terminal, e o R$ 1,2 bilhão que devem ser injetados pela Embraport, do Grupo Coimex, entre outros projetos em andamento.


O presidente da Codesp confirmou ainda conclusão dos estudos de viabilidade de Barnabé Bagres, realizado simultaneamente, mas individualmente pelas companhias Santos Brasil, Libra Terminais e Triunfo Participações. “Está previsto o término até o final de setembro”, finalizou.


Por outro lado, o desfecho positivo de todo o desenvolvimento do Porto de Santos também depende do desenrolar das novas regras que estão sendo discutidas para serem implantadas no setor, como as novas normas de concessão de terminais e com andamento das iniciativas públicas. Outro ponto é a apresentação definitiva do plano de expansão do porto, que terá uma proposta de reestruturação da Codesp que inclusive pode desencadear uma abertura de capital. O trabalho é feito por The Louis Berger Group e Internave Engenharia, vencedores de uma licitação feita pelo BID.


Novos portos


O mês de setembro parece ser decisivo para os portos do País. Enquanto, em Santos, se aguarda a conclusão dos estudos de viabilidade do projeto Barnabé Bagres e do plano de reestruturação, o governo corre para apresentar ao setor a versão definitiva do Plano Geral de Outorgas (PGO), que indicará quais são as áreas potenciais para a instalação de portos.


No primeiro semestre, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), entregou à Secretaria Especial dos Portos (SEP) a série de estudos detalhados que apontam um panorama possível de se construir 22 novos portos e cerca de 45 áreas potenciais. Já o Ministro Pedro Brito, da SEP, disse em Brasília que “no máximo até o fim deste mês [agosto]”, seria finalizada a análise dos documentos.


A publicação oficial do PGO será pontapé inicial de uma série de licitações pelas quais a iniciativa privada tenha a concessão de operação e a construção de novos terminais. “O cenário vem se desenhando para que se vislumbre a licitação de concessões”, comentou Fernando Fialho, diretor-geral da Antaq, durante o Santos Export 2009 -Fórum Nacional para Expansão do Porto de Santos, que acontece na Baixada Santista. Ele garantiu que o processo está andando. “A Antaq entregou o documento à SEP: estamos aguardando a análise e a expectativa é de que o PGO saia logo”, falou, sem mencionar um prazo. Entre os locais identificados pelo PGO, é na Bahia que se encontra uma maior necessidade de expansão, porém o Espírito Santo e estados da Região Norte, como Pará e Amazonas, estão apontados entre os que precisam de mais docas. Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina também estão no bolo.


Fontes ligadas ao setor contaram ao DCI que nesta fase final da análise os envolvidos estão conferindo todos os pontos, o que significa que poderão surgir novas áreas que poderão fazer parte dos planos de grupos como a LLX Logística, do Grupo EBX, de Eike Batista.


 

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