Perspectiva para o café em 2011 – Deputado Antônio Carlos preve bons ventos para o café em 2011

31 de janeiro de 2011 | Sem comentários Especiais Mais Café

CAFÉ: BOAS PERSPECTIVAS PARA 2011


Em 2010 o Brasil colheu bons frutos com sua cafeicultura. A alta das exportações e o preço atingindo níveis históricos deram o tom nas estatísticas do maior produtor mundial de café.


Dados do Conselho dos Exportadores de Café (CECAFE) confirmaram uma receita de US$ 5,66 bilhões em exportações e comercialização 9% maior em relação a 2009, o maior volume dos últimos cinco anos. Além da competência de nossos produtores, o maior consumo mundial e a redução da oferta em tradicionais países produtores como Colômbia, Indonésia e Costa Rica, são apontados como fatores que explicam esta evolução.


Os preços do café havia tempo não atingiam patamares tão significativos. Na bolsa de Nova York, os preços internacionais alcançaram os mais altos índices dos últimos 13 anos.


No Brasil, o preço da saca foi pressionado não só pela demanda mundial, mas também pelo consumo interno. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Café (ABIC), a melhoria continua da qualidade do produto, o crescimento do consumo de cafés tipo gourmet e especiais e a melhoria da percepção do café como benéfico à saúde fizeram o consumo interno aumentar 4,18% na comparação entre 2008 e 2009.


Ao que parece a conjuntura para 2011 promete um ano de grandes ganhos para a cafeicultura nacional, seguindo o embalo dos resultados de 2010, mesmo em um ano de baixa bienalidade.


A primeira estimativa da CONAB para a safra de 2011 indica que o Brasil poderá colher até 44,7 milhões de sacas superando em 13% o ano de 2009, último de bienalidade baixa.


De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), em 2011 a demanda mundial continuará crescente e os estoques ainda baixos, levando a uma tendência de fechamento dos preços internacionais em uma média superior a R$ 400 por saca do café arábica, contra os R$ 310,91 obtidos na média de 2010. Ainda no primeiro trimestre, o preço pode atingir picos de R$ 500,00 por saca.


O cenário já é compreendido pelos produtores que estão tendo dificuldades até de adquirir novas mudas para plantio. Em novembro, Carlos Paulino, Presidente da Cooxupé, a maior cooperativa do setor, afirmou ao Valor Econômico que não havia mudas no mercado para os produtores mineiros, mesmo aqueles que estivessem dispostos a pagar preços mais altos.


A conjuntura favorável tem permitido aos cafeicultores de Minas Gerais, maior produtor nacional, a adotarem sistematicamente diferentes tipos de poda, inovadores tipos de manejo e a renovarem suas lavouras. Além disso, o Estado tem apresentado melhoria da qualidade do café a ser colhido na próxima safra, com incrementos no beneficiamento do café. Todos estes fatores terão reflexo na produção de 2011 e, principalmente, em 2012, ano de alta produção.


Apesar do cenário otimista, é preciso atentar para o problema da dívida dos cafeicultores e lembrar a promessa da presidenta Dilma Rousseff, durante as eleições, que prometeu dar prioridade ao caso.


Se tudo correr bem, a cafeicultura brasileira está a caminho de ocupar o patamar de cinco décadas atrás, a dos anos de ouro do café nacional.



Antônio Carlos Arantes
Deputado Estadual


Presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial
da Assembleia Legislativa

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.