Outro ex-diretor investigado tem cargo público em Santos

Por: O ESTADO DE S. PAULO

Roldão Gomes Filho atuou na Codesp na época de Pierdomenico e hoje coordena área ligada ao porto


Rejane Lima, Santos


O ex-diretor Administrativo e Financeiro da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Roldão Gomes Filho, foi nomeado coordenador de Relações Portuárias e Retroportuárias da Secretaria de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos, um cargo público em comissão. Ele é acusado no mesmo processo da Justiça Federal que investiga o subsecretário de Desenvolvimento Portuário da Secretaria Especial de Portos, Fabrizio Pierdomenico, de favorecer a empresa Santos Brasil em concessão de área sem licitação no Porto de Santos. Pierdomenico também foi diretor da Codesp.


A nomeação foi feita pelo prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa (PMDB), em 11 de abril. Petista licenciado, Gomes Filho alega que sua indicação foi puramente técnica e lembra que PT e PMDB são históricos adversários na cidade. O secretário de Assuntos Portuários de Santos, Sérgio Aquino, explica que o coordenador foi escolhido por ter perfil técnico para a função: É profissional de porto e ligado a sindicatos.


Segundo o secretário, o cargo já existia e estava vago por causa de uma transferência. Aquino afirma ainda que tanto ele quanto a prefeitura desconheciam a existência do processo judicial. Soube pela imprensa. Até hoje não fui notificado desse processo, alega Gomes Filho.


Portuário há 35 anos e ex-presidente do Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Settaport), ele assumiu a diretoria da Codesp na mesma data que Pierdomenico, em março de 2003. Porém, sua indicação partiu dos petistas Danilo Camargo e José Dirceu e não de Telma de Souza, madrinha de Pierdomenico. Ficou na diretoria por cerca de um ano e a deixou para concorrer a uma vaga na Câmara Municipal de Santos. Mas eu tive sérios problemas de saúde, do coração, fiquei até na UTI e não me candidatei.


O ex-diretor afirma que ficou anos sem trabalhar. Se eu fiz algo errado nessa questão do TEV (Terminal de Veículos, operado pela Santos Brasil), a Justiça que vai julgar. Eu assinei porque tinha embasamento jurídico. Agora eu só quero trabalhar, na maior humildade. Podem investigar a minha vida que vão ver que passei por dificuldades e não tenho dinheiro, defendeu-se.
 

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