Londres, 20 – O consumo global de café não mostrou sinais de retração mesmo diante da crise econômica e deve crescer, pelo menos, 1,6% neste ano para 130 milhões de sacas de 60 kg em 2009, segundo projeção da Organização Internacional do Café (OIC). Apesar da crise, o diretor executivo da OIC, Nestor Osório, não descarta a possibilidade de o mercado manter o ritmo de crescimento na demanda global em torno de 2,5%, como registrado nos últimos anos.
“O café é um dos poucos produtos que não foi afetado pela crise econômica”, disse Osório na última sexta-feira, em entrevista por telefone à Dow Jones, de Atlanta, onde participa de conferência da Associação de Cafés Especiais da América. “Não há indicação que esta crise terá impacto significativo sobre o consumo global. É bem provável que neste ano o consumo fique, em pelo menos, 130 milhões de sacas e que o ritmo de crescimento de 2% a 2,5%, visto nos últimos dois anos, seja mantido”.
Osório afirma que a projeção otimista foi feita com base nos principais relatórios e levantamentos sobre vendas de supermercados e a atividade das torrefadoras para o primeiro trimestre deste ano. O diretor executivo da OIC disse ainda que a oscilação dos preços internacionais de café arábica, que quebrou sucessivos níveis de suporte para depois atingir os níveis mais altos, surpreendeu a indústria.
A safra menor no Brasil e Peru em 2009/10, em função da bienualidade, e os problemas registrados na América Central e Colômbia levaram a OIC para a projetar um déficit de 8 milhões de sacas no ciclo 2009/10. As informações são da Dow Jones.