Não há estatísticas confiáveis sobre consumo de café na China

5 de novembro de 2007 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: O Globo

ECONOMIA
04/11/2007
 
Produção teve alta de 115% no país desde 2001
Estima-se consumo anual de 40 mil toneladas no país
 
PEQUIM. Não há estatísticas confiáveis sobre consumo de café na China. A bebida ainda se mantém longe do volume de chá bebido pela população, mas a multiplicação rápida das cafeterias estrangeiras e locais — Starbucks, UBC, SPR Coffee, Rio House Cafe, entre outras —, o aumento da venda de café solúvel nos supermercados (cerca de 45% estão nas mãos da Nestlé) e o crescimento da produção local sugerem uma alta anual acima de dois dígitos.
Em 2001, segundo levantamento do governo de Pequim, a produção de café (concentrada na província sulista de Yunnan) somava 13 mil toneladas.

Hoje, é da ordem de 28 mil toneladas, uma alta de 115%. Além disso, a China importa anualmente mais de 10 mil toneladas de café de vários países, inclusive do Brasil, o que sugere um consumo anual em torno de 40 mil toneladas de café. — As pessoas associam café a um produto sofisticado, e conheço muita gente que manda café de presente para outras pessoas — diz o vicepresidente da Associação de Café da China, Zou Lei. Os estudantes Shi Jinning, de 26 anos, e sua namorada Hu Xiahua, de 24, saboreiam dois capuccinos no recém-inaugurado Café Jackie Chan, do ator chinês de filmes de comédia e artes marciais, uma loja ainda cheia de flores de boa sorte no distrito de Haidian, onde está a maioria das universidades de Pequim. Eles vão a cafeterias pelo menos três vezes por semana e nunca freqüentam casas de chá. Shi tem várias explicações para isso: — Na China, dá para tomar um bom café gastando até 20 yuans (R$ 5,50), mas não é possível tomar um chá de primeira linha sem que a despesa seja inferior a 100 yuans (R$ 25) — explica. — Além disso, o café mantém a gente aceso, e as lojas são muito simpáticas, com livros, revistas e até filmes na TV.


‘Adoro ir para a sala de aula com um copo de café’ Hu tem uma desculpa que, há 30 anos, certamente a levaria para cadeia por gostar de uma bebida tão identificada com o “Ocidente imperialista”: — Eu acho o café uma bebida sofisticada. Eu e minhas amigas adoramos ir para a sala de aula levando um copo de café da Starbucks, como a gente vê nos filmes.


Curiosamente, o consumo per capita de café na Ásia é maior que em muitas cidades do Ocidente, sugerindo que a aceitação da bebida vai além do gosto e passa a incorporar também o tal estilo de vida sofisticado. O consumo de café no Japão (1,4kg per capita) e em Cingapura (1,9kg) está acima da média mundial, de 700g per capita. — Nossos clientes não estão mais restritos à elite, variam agora dos estudantes aos xiaozi (pequenos capitalistas, como são chamados os empreendedores e executivos) — diz Jinlong Wang, da Starbucks.


(Gilberto Scofield Jr.) 

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