Governo apresenta proposta sobre dívida rural na terça-feira

10 de março de 2008 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: Tribuna do Norte

ECONOMIA
09/03/2008
 
Governo apresenta proposta sobre dívida rural na terça-feira
Marcello Casal jr/ABRAGRONEGÓCIO – Reinhold Stephanes disse que renegociação da dívida dos agricultores está prestes a sair
 
09/03/2008 – Tribuna do Norte
Brasília – O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que o governo vai apresentar um “desenho” da proposta de renegociação das dívidas dos produtores rurais na próxima terça-feira, a um grupo de parlamentares da Comissão de Agricultura da Câmara. Ele disse que o Ministério da Fazenda já sinalizou com algumas medidas que poderão ser tomadas. Entre elas, está a adequação dos juros e a “eliminação de gorduras”, tais como taxas e multas que foram aplicadas sobre a dívida principal.


O ministro visitou esta semana o Congresso Nacional para uma visita de cortesia ao novo presidente da Comissão de Agricultura, Onix Lorenzoni (DEM-RS). Segundo Stephanes, numa rápida reunião, foi discutido o calendário de assuntos prioritários para o agronegócio. Entre eles, está a questão do desmatamento na Amazônia, o embargo da União Européia à carne bovina brasileira, a elevação dos preços dos insumos e a questão do endividamento rural.


Stephanes observou, já na saída do Congresso, que foram feitos cortes no orçamento do Ministério da Agricultura, principalmente nos recursos para comercialização. Mas a expectativa dele é que o orçamento seja recomposto. Segundo uma fonte do Congresso, um produtor que tinha uma dívida de R$ 119 mil teve seu débito elevado para R$ 357 mil, quando houve a securitização entre 1999 e 2000.


O valor aumentou porque houve acréscimo de juros, multas e taxas sobre o valor principal. Essa fonte comentou, ainda, que o estudo desenvolvido pelo governo estima a dívida do setor rural em cerca de R$ 100 bilhões e 60% desse total vai vencer entre 2008 e 2011. “Há um gargalo. Ninguém vai conseguir pagar isso”, afirmou a fonte, que tem participado das discussões sobre o assunto. Segundo ele, o governo deve prorrogar e renegociar as dívidas dos produtores de milho, café, arroz, soja, trigo, e algodão. Esses produtores, segundo a fonte, tiveram faturamento entre R$ 65 bilhões e R$ 67 bilhões com a venda desses produtos em 2005. Os encargos dos financiamentos oscilaram entre 8,75% e 20% ao ano.


Cana não toma áreas de grãos


Brasília – A sexta estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra do período 2007-2008 de grãos comprova que as lavouras de cana-de-açúcar não estão tomando as áreas destinadas ao plantio de grãos. A avaliação é do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes ao salientar que a área de grãos está avançado em regiões de pastagens degradadas. Ele disse que há também alguma troca de cultura em Mato Grosso, onde o algodão perdeu espaço para outras lavouras. Ele lembrou que o crescimento da produção brasileira tem como base o aumento da produtividade das lavouras, principalmente de soja. De acordo com os números da Conab, o rendimento das lavouras de soja deve crescer 0,5% este ano para 2.835 quilos por hectare (equivalente a 10 mil metros quadrados).


O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, reafirmou que o cenário é bom para os produtos agrícolas brasileiros. Segundo ele, a demanda por alimentos está aquecida, principalmente no mercado externo. “O mundo que era de oferta passou a ser de demanda”, disse. Stephanes considerou que o cenário é positivo para todos os produtos agrícolas, com exceção do arroz e do algodão. Stephanes também comentou o cenário de preços para o milho e disse que as oscilações positivas têm sido sustentadas pela demanda mundial.


O diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Porto, lembrou que a produção total de milho no ano-safra será de 55,27 milhões de toneladas. “Essa produção permitirá a repetição da exportação de 11 milhões de toneladas e o atendimento ao mercado interno, que deve demandar 44 milhões de toneladas devido ao incremento na demanda por parte dos avicultores e suinocultores”, avaliou Porto.

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