Fenicafé: Silas Brasileiro critica S.O.S. Cafeicultura

Por: Agência Safras

O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Silas Brasileiro, criticou, durante a abertura da XII Feira de Irrigação em Café do Cerrado, a Fenicafé 2009, o movimento S.O.S. Cafeicultura, realizado em Varginha no último dia 16. A manifestação reuniu, segundo dados da Polícia Militar, cerca de 15 mil pessoas, na Praça da Fonte, região central da cidade.


Segundo Silas, o movimento teve a participação de políticos eminentes, mas faltou a presença da base governista, que foi representada apenas pelo deputado Odair Cunha (PT/MG). “Nenhum outro se fez presente e essa foi realmente uma falha da organização do nosso SOS Café”, afirma, dizendo que os parlamentares são a voz ativa do povo junto ao governo Federal.
Brasileiro disse ainda que a cadeia produtiva tem que entender que só existe um caminho “E este caminho é o do governo. Não há outra solução se não tivermos amparado pelos governantes”, completa.


“Temos que negociar e afinar as nossas pretensões dentro de Brasília. De nada adianta chegarmos na capital Federal com 20, 30 lideranças, quando na verdade basta apenas duas ou três com o mesmo discurso. O governo não sabe mais qual proposta adotar. Um parlamentar que às vezes não tem nenhuma ligação e nem conhece a cafeicultura, apresenta propostas. Depois, outro chega com uma proposta diferente e assim vai”, declara, ao dizer que as lideranças devem fazer propostas concretas e adotar a mesma política em toda cadeia.


Para ele, a fase hoje é diferente. “Não é mais aquela de dar ‘murro na mesa’, como aconteceu diversas vezes. É necessário dialogar. Precisamos definir o nosso real objetivo e apresentá-lo ao governo. O governo entende perfeitamente que a palavra é renda e que sem ela não adianta discutir outros fundamentos, mas esta renda tem que ser discutida dentro do CDPC (Conselho Deliberativo da Política do Café), envolvendo toda a cadeia café e não somente a produção. O trabalho isolado será exaustivo e sem o governo, ele será em vão”, salienta.


Para Brasileiro, é hora de amadurecer, organizar, negociar e não protestar. “Devemos apresentar propostas factíveis. De nada adianta sonhar, há uma realidade presente na crise mundial e ela se estende a nosso país, portanto devemos apresentar propostas reais, que podem ser realizadas”, finaliza.


Recuperação de preços


Segundo o secretário, os preços do café no Brasil devem recuperar-se, assim como no mercado internacional, diante dos fundamentos positivos. E, assim que efetivamente saírem os contratos de opção de venda, as cotações podem rapidamente chegar a R$300,00 por saca no Brasil. Brasileiro afirmou que em abril devem sair enfim as opções de venda, envolvendo R$ 900 milhões, ou 3 milhões de sacas a um preço alvo de R$300,00 por saca.


Para o secretário, a redução do ritmo do crescimento no consumo no Brasil e no mundo não preocupa, porque a demanda ainda vem evoluindo. Além disso, o país está por colher uma safra pequena, o que é fator de sustentação aos preços, além dos problemas em outras nações cafeeiras, como na América Central e Colômbia.


Recentemente, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) mudou suas metas para o consumo no Brasil. Antes se esperava que o consumo atingisse 21 milhões de sacas em 2010. Agora tal meta passa para 2011 ou 2012, o que é reflexo da crise mundial, entre outras questões. Em 2008, a demanda interna foi de 17,6 milhões de sacas. A Organização Internacional do Café (OIC) também reduziu sua projeção do consumo mundial.

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Fenicafé: Silas Brasileiro critica S.O.S. Cafeicultura

Por: Agência Safras

Silas Brasileiro

26/03/2009 – O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Silas Brasileiro, falou durante o primeiro dia da Fenicafé 2009, e deu um recado forte ao setor produtivo. “Sem discutir renda, não adianta discutir prorrogação de dívida. E a renda tem que vir das discussões dentro do CDPC (Conselho Deliberativo da Política do Café)”, afirmou.


Brasileiro disse que os produtores e todo o setor café têm que trabalhar junto como um todo, visando uma política favorável a todos. Do contrário, não há como funcionar a política cafeeira. “Faço aqui um apelo para que discutam bem as propostas. Não adianta protestar, e não adianta sonhar”, afirmou o secretário. Observou que o Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) conta hoje com recursos de R$ 3,8 bilhões, justamente para trabalhar uma boa política para a cadeia. Admitiu que falta muita coisa ainda a fazer, mas os “produtores têm que entender que o único caminho é através do governo”, e por isso “temos que afinar nosso discurso”.


O secretário lamentou que no “Movimento SOS Café, com a Marcha pelo Café em Varginha/MG” tenha faltado a participação da base do governo, de integrantes do Ministério. Mas ressaltou que, apesar da manifestação, muito tem sido feito pelo governo, dentro das possibilidades e das discussões com o setor.


Ele lembrou que há cerca de dois anos foi lançado o Plano Nacional para o café. Dentro dele, citou as ações governamentais de alongamento de dívidas:


– Nos Custeios vencidos em 2008, o produtor ganhou prazo para pagar 20% em 31 de março de 2009 e outras 4 parcelas de 20% cada;


– Os recursos de colheita viraram crédito de estocagem para pagamento só em abril de 2010;


– A estocagem que venceria em 2009 ganhou prazo de mais 12 meses para pagamento;


– Dívidas relativas a Dação em Pagamento tiveram redução dos juros de 7,5% para 3,75%, com prazo estendido de 6 anos para 13 anos.


E o Conselho Monetário Nacional (CMN), como destacou Brasileiro, ainda deve aprovar hoje R$450,00 milhões para a colheita, começando a ser liberados em abril. Além disso, ainda foi liberada linha de crédito de R$ 100 milhões, segundo o secretário, para os produtores prejudicados por granizo no sul de Minas Gerais, com prazo de pagamento de 5 anos.


Quanto a mecanismos de comercialização, Brasileiro diz que estes sim são instrumentos importantes porque visam levar renda ao produtor. Ele disse que o governo deverá iniciar em abril programa de opções de venda, envolvendo R$900 milhões, para englobar 3 milhões de sacas a preço de R$300,00 por saca. Além disso, o governo está estudando aplicar R$100 milhões para operações de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), para retirar 5 milhões de sacas do mercado, com subsídio de R$20,00 por saca.


Outro trabalho do governo visando a busca de renda ao setor, à cadeia café, como lembra Silas Brasileiro, com a venda de produto com maior valor agregado, é a batalha com a Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel) frente à taxação na exportação brasileira, que chega a 9% nas vendas para a Europa. “Estudamos uma forma de compensação à indústria do solúvel diante dessa situação desfavorável”, afirmou o secretário.


Para a indústria do torrado e moído e setor exportador, Brasileiro citou a Linha Especial de Crédito (LEC), que também trouxe bons resultados e é instrumento de comercialização, de liquidez para o mercado, e assim de renda para a produção.


 


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– ARTIGO – O que a Le Creseut pode ensinar ao negócio do café brasileiro

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