Cuidados com o café em grãos evitam prejuízos

ECONOMIA
16/08/2008
 
Cuidados com o café em grãos evitam prejuízos
Fermentação é um dos riscos e pode resultar em perdas de R$ 20 por saca
 
Marcus Madeira – Especial para O Tempo
Depois de um longo período de seca e do atraso no começo da colheita, especialistas alertam para os cuidados que os cafeicultores precisam ter na hora do manejo dos grãos. Os cuidados na pós-colheita devem ser redobrados e podem resultar em economia de R$ 20 por saca.
A ocorrência de chuvas intensas (em um só dia de agosto choveu a média de 25 mm no Sul de Minas), depois de uma seca de 42 dias, pode comprometer a saúde das plantas e a qualidade do grão.


O engenheiro e pesquisador da Fundação Procafé, em Varginha, André Luiz Alvarenga Garcia, aconselha a separação do café de varrição (que já estava no terreiro), do café da árvore. “O café do solo pode ter microorganismos suficientes para provocar fermentação no grão”, disse. A fermentação pode transformar uma bebida boa em bebida do tipo ruim, o que significa perda aproximada de R$ 20 por saca.


O professor da Universidade Federal de Lavras, Flávio Borém, editou um livro, “Pós-colheita do café”, com participação de 25 profissionais ligados à cafeicultura.em que descreve tecnologias e conhecimentos para evitar depreciação do cafeeiro. Uma técnica simples que deve ser seguida por todos os produtores serve para evitar a infiltração de água no terreiro. Ao final da tarde, o café é coberto por uma lona. A umidade da noite condensa e forma gotas de água, que infiltram por baixo dos grãos. Pela manhã, os grãos que ficaram por baixo devem ser separados dos que ficaram por cima. Além de ficarem separados, os grãos devem ser movidos durante o dia.


Para melhorar o processo de secagem, o ideal é fazer fileiras (leiras) do grão com linhas vazias, para secar mais rápido. Durante o dia, as fileiras devem ser trocadas (as fileiras vazias recebem os grãos).


A colheita do café termina em setembro. O Sul de Minas deve colher, esse ano, 22 milhões de sacas de 60 quilos, cerca de 50% da safra nacional, que deve chegar a 44,5 milhões de sacas do grão, volume 25% superior a safra anterior. Do total nacional, 34,50 milhões de sacas são do tipo arábica e 10 milhões, do café conilon.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.