COMO ABRIR AS PORTAS LÁ FORA

13 de fevereiro de 2009 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: 13/02/2009 09:02:00 - Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios

O governo quer expandir em 10% o número de micro e pequenos exportadores. Aproveite a oportunidade para fazer, gratuitamente, diagnósticos e cursos on-line


A estilista baiana Márcia Ganem é uma microempresária que ganhou o mundo. A sua marca tem apenas 12 anos e já encontra espaço garantido em países como Inglaterra, Itália, Alemanha, Espanha, Japão, Arábia Saudita e Bahrein.


O mercado externo responde por 80% do faturamento de sua companhia. Márcia tem a patente internacional para utilizar fibra de poliamida na moda. Além de tornar as suas criações únicas, as roupas com essa fibra chamam a atenção dos compradores externos, antenados com as tendências ecológicas. É que a empresária desenvolveu o fio a partir da manta de pneu rejeitada pela indústria automobilística.


Apesar de ser uma profissional voltada para outros países, faltava até agora a Márcia conhecimento técnico para exportar. A empreendedora procurou ajuda do Programa de Internacionalização do Sebrae, implantado em outubro do ano passado. No próprio site (http://www.internacionalizacao.sebrae.corn.br) ela preencheu um auto diagnóstico para verificar se estava preparada para vender para fora do Brasil. Após responder às questões ela imprimiu o relatório, com um gráfico que mostrou como ela estava percentual mente em relação ao ideal em aspectos como motivação, conhecimento de mercado, produção, comercialização, promoção, finanças e preparo da equipe.


Além disso, apareciam seus pontos fortes e desafios a vencer. “No meu caso, o autodiagnóstico indicou que eu já sabia muito sobre o mercado internacional, mas tinha que aprimorar meus conhecimentos técnicos “, afirma Márcia. Então, ela fez um dos cursos gratuitos que o Programa de Internacionalização do Sebrae disponibiliza on-line, para entender melhor os procedimentos aduaneiros. “Descobri que eu poderia me beneficiar de uma alíquota diferencial de imposto”, diz ela.


Assim como Márcia, 400 micro e pequenas empresas já preencheram, sem custo nenhum, o autodiagnóstico da capacidade de internacionalização. No último trimestre de 2008, 326 companhias fizeram cursos gratuitos on-line e, neste ano, o Sebrae pretende oferecer mais 11, com previsão de 5.200 participantes – entre eles, “negociação internacional” e “marketing e logística internacional”: Fora isso, o Sebrae vai dar cursos presenciais e prestar consultoria. “Depois do autodiagnóstico, os consultores do Sebrae estarão disponíveis para avaliar in loco a estrutura do empresário”, afirma Louise Machado, gestora do Programa de Internacionalização.


Com o apoio do Sebrae, o empreendedor Fernando Japiassu, da Summershop, está exportando para Portugal, Chile, África do Sul e Estados Unidos. A Summershop atua há 21 anos no ramo de confecção em Brasília, mas só começou a exportar em 2007. Primeiro, buscou capacitação e conhecimento do cliente externo. “Na Europa e nos Estados Unidos, as pessoas prezam o conforto; já as brasileiras valorizam mais a beleza”, diz Japiassu. Assim, os tecidos para os modelos exportados são de gramaturas mais finas e estamparias mais discretas. “Se não tivéssemos essa informação, seria difícil conquistar esses mercados” afirma o empresário.


O Sebrae pretende apoiar 4.000 empresas até 2010, em linha com os planos do governo de expandir as exportações brasileiras a uma taxa média de 9,1 % ao ano até 2010 e ampliar em 10% o número de micro e pequenos exportadores, o equivalente a cerca de 1.100 empresas. Trata-se de uma meta ambiciosa, considerando que hoje apenas 11.000 delas vendem a outros países.


O número de empresas exportadoras pode não ser tão expressivo, mas as suas vendas para fora do Brasil crescem ano a ano. De acordo com estudo encomendado pelo Sebrae à Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), o valor exportado pelas micro e pequenas empresas bateu o recorde histórico de US$ 2,1 bilhões em 2007. Em cinco anos (entre 2003 e 2007), o crescimento médio foi de 11 A %.


Para que mais empresas alcancem o mercado externo, de acordo com a gestora do Programa de Internacionalização, é imprescindível, além de domínio do idioma, entender a cultura do país para o qual se deseja exportar e obter informação de qualidade. Quais os acordos comerciais que o Brasil tem com aquele país? Há barreiras? “O Sebrae pode dar essa orientação”; diz Louise. A entidade está disponibilizando manuais sobre exportação. Estabeleceu ainda um convênio com o Banco do Brasil para dar soluções de crédito e um acordo com o International Trade Center, da Organização Mundial de Comérico, para implementar um sistema de informação para a internacionalização das micro e pequenas empresas. Ao firmar parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDll, o Sebrae contará, a partir deste ano, com estudos de mercado sobre as melhores práticas de internacionalização na União Europeia em dez setores: cosméticos, fruticultura, apicultura, produtos orgânicos, cachaça, café, plásticos, software, confecções e frutas secas (castanhas). Ao se voltarem para o mercado externo, as empresas passam também a importar mais, desenvolvem parcerias e ficam mais competitivas, dentro e fora do país.
 

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