Cafeicultura regenerativa: Edital que terá o aporte de R$ 6,25 milhões entra em sua reta final de inscrições

Soluções para transformar o sistema alimentar é um dos desafios da Chamada Nestlé e SENAI

5 de abril de 2024 | Sem comentários Uncategorized

Buscando soluções para preservar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e transformar o futuro do sistema alimentar, a Nestlé Brasil e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), apoiado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), têm como um dos desafios do edital “Inovação em Alimentos: Transformando o Futuro do Sistema Alimentar”, a cafeicultura regenerativa.

O Edital que entra em sua reta final de inscrições terá o aporte de R$ 6,25 milhões, sendo R$ 5 milhões da Nestlé e R$ 1,25 milhão do SENAI. Um dos objetivos é encontrar tecnologias que monitorem práticas agrícolas para uma cafeicultura mais sustentável. Afinal, a produção do café no Brasil pode ser impactada pelo empobrecimento da terra e pelo aumento das temperaturas. 

Segundo estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), um terço do solo em nível global está moderado ou altamente degradado. Segundo Valdécio dos Santos Rodrigues, agrônomo, pesquisador e doutor em ciência do solo no Instituto Senai de Tecnologia (IST) em Meio Ambiente e Química, o café é sensível a variações de temperatura durante o período fisiológico de floração e frutificação. 

“Altas temperaturas podem prejudicar a formação adequada dos frutos e reduzir a produtividade e impactar na renda do produtor. Com o aumento das temperaturas, as regiões de maior aptidão para o cultivo de café podem se tornar desfavoráveis por conta do estresse térmico nas plantas. Com isso os produtores são obrigados a migrar novas áreas, gerando custo ambiental com o desmatamento e financeiro com a implantação de uma nova logística”, explica.

Gargalos na cadeia do café 

De acordo com Valdécio, o setor ainda tem muitos pequenos produtores e estes ainda carecem de assistência técnica de qualidade. 

“Muitas áreas de produção ainda não utilizam tecnologia como o uso eficiente da água e dos fertilizantes, fazendo com a planta esteja mais suscetível a fatores bióticos e abióticos e com isso, baixas produtividades, abandono da atividade. Plantas menos vigorosas, sofrem mais ataques de patógenos e isso leva ao maior uso de agrotóxicos que por sua vez tem um grande impacto negativo ao meio ambiente”. 

Logo, adotar práticas regenerativas é imprescindível para preservar a flora e fauna, proteger recursos hídricos, melhorar a qualidade do café, reduzir o desmatamento e alcançar maior resistência às mudanças climáticas.

Práticas regenerativas 

Entre as práticas regenerativas que podem ser aplicadas, o pesquisador cita o uso de sistemas de plantios menos agressivos ao meio ambiente, como café em consórcio com outras culturas, uso de cobertura vegetal para reduzir a erosão do solo e manter a umidade do solo e o uso de insumos biológicos para combater pragas e doenças, bem como para fornecer nutrientes e com isso, reduzir o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, que quando lixiviados causam contaminação dos corpos d’água e lençóis freáticos. 

Ainda segundo o pesquisador, o aproveitamento das cascas de café para o uso do biochar pode ser uma prática sustentável, que transforma um resíduo em um novo produto, indo de encontro com a bioeconomia. 

“Ao adotar boas práticas na cadeia do café com a agricultura de baixo impacto ambiental, tem-se plantas mais resistentes, aumento da qualidade e da saúde do solo e menor estresse biótico (pragas e doenças) e abiótico (precipitação e temperatura). Todos esses fatores levam a uma melhoria dos parâmetros físico-químicos do solo, e da atividade biológica do solo. Ao longo prazo a agricultura regenerativa, poderá manter o produtor na atividade, pois terá ganhos na produtividade e melhoria das condições socioeconômicas”, finaliza.

Últimos dias para se inscrever no edital 

Com abrangência nacional, 28 Institutos SENAI de Inovação, 59 Institutos SENAI de Tecnologia e o aporte da maior empresa de alimentação do mundo, a Missão Nestlé e SENAI pretende impulsionar alianças formadas por startups, universidades, grandes empresas e agências de fomento governamentais, de modo a criar novas aplicações para as cadeias produtivas estratégicas da companhia. 

A chamada tem como público-alvo Institutos SENAI, Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação – ICT’s e universidades (públicas ou privadas), empresas da cadeia de valor do setor de alimentos e bebidas, pequenas e médias empresas, startups, empresas de base tecnológica e agências de fomento para projetos de P&D+I interessados no desenvolvimento de projetos relacionados aos desafios do edital.

Cultivado com Respeito

Na cadeia do café desde 2011, a Nestlé possui um programa chamado Cultivado com Respeito (nome no Brasil para o Nescafé Plan), um dos maiores de sustentabilidade na cafeicultura no mundo, que promove diversas práticas positivas, tendo como principais pilares: natureza, gente e conhecimento. Atualmente, o programa atende cerca de 1.500 famílias cafeicultoras no Brasil.

Neste projeto, 100% do café da linha NESCAFÉ® é adquirido de forma responsável e com certificação por auditorias independentes; 100% do café do programa é rastreável; 100% com ao menos uma prática de agricultura regenerativa. Os produtores inseridos no programa também recebem um bônus pelo café sustentável e de maior qualidade, o que o engaja e estimula a continuar desenvolvendo práticas sustentáveis na fazenda.   

Recentemente, a linha NESCAFÉ® Origens do Brasil, se tornou a primeira marca de café em larga escala a conquistar o selo de carbono neutro. Atualmente, 100% das fazendas de café que fornecem para essa linha são consideradas avançadas nas práticas de agricultura regenerativa e já emitem oito vezes menos carbono do que a média das fazendas brasileiras de café. Além disso, a marca carrega um compromisso importante: a cada embalagem de NESCAFÉ® Origens do Brasil vendida, uma árvore nativa é plantada na Mata Atlântica, um projeto em parceria com a SOS Mata Atlântica desde 2021.  O projeto faz parte do Programa Global de Reflorestamento da Nestlé, que tem o objetivo de plantar e cultivar 200 milhões de árvores em todo o mundo até 2030.  

Além de ações relacionadas ao meio ambiente, o programa Cultivado com Respeito de NESCAFÉ® também possui um pilar forte de apoio social aos fazendeiros e trabalhadores das fazendas de café. Atualmente, 100% das fazendas são visitadas por consultores especializados todos os anos buscando garantir as melhores condições de trabalho a todos os envolvidos na cadeia, e desde 2018, através do projeto “Fazedores de Café”, a marca treina e incentiva jovens cafeicultores a manter a sucessão familiar no campo enquanto apoia na construção de uma cafeicultura futura ainda mais sustentável.

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