Cafeicultor brasileiro transfere R$ 100 por saca aos compradores, nos últimos 13 anos foi R$ 28 bilhões, aponta Sincal


O produtor brasileiro transferiu R$ 100 por saca aos seus compradores nos
últimos 13 anos. É o que afirma Armando Matielli, diretor do Sindicato Rural de
Guapé, em MG, e presidente executivo do Sincal (Associação Nacional dos
Sindicatos dos Produtores de Café e Leite). A partir de um levantamento feito
pelo Sincal, Matielli aponta uma perda significativa do produtor brasileiro, em
relação aos preços praticados por seus concorrentes. “Estamos vendo esta
transferência de R$ 100 por saca por falta de competência e às vezes, até de
honestidade do nosso governo e dos gestores da política do café”.


A conclusão da perda foi feita partir de uma relação entre os preços
praticados pelos países concorrentes. “Nós pegamos a média de exportação do
Brasil, em comparação com nossos concorrentes, nos últimos 13 anos. Por incrível
que parece, em nenhum mês, ou em pouquíssimos meses, o Brasil vendeu na média do
preço de Nova Iorque… Na média, nós vendemos nosso café a US$ 39,80 por saca
mais barato que nossos concorrentes”.


O levantamento mostra ainda que há uma transferência de renda dos produtores
de café aos seus compradores, o que inclui até cooperativas. Nesse período,
Matielli afirma que o cafeicultor teria deixado de receber, ao todo, R$ 28
bilhões.


Dívidas
Analisando o histórico de perdas do setor, além
da falta de apoio governamental, Matielli afirma que o cafeicultor brasileiro
não é devedor, e sim credor do governo. “Estamos vendendo café de qualquer
jeito, sem a mínima regulação, sem nenhum critério e nenhuma gestão. Então, o
produtor não está devendo”. E completa: “Se o governo não tem mecanismos
reguladores e não apóia a cafeicultura, e nos deixa vender a US$ 40 mais barato
que o preço internacional, que na média dá R$ 100, nós estamos entregando nossa
cafeicultura para o mercado externo”.


Ele afirma também que só o cafeicultor perde na hora de vender seu produto.
“O exportador não perde nada, pois ele coloca a margem dele, o governo recebe
seus impostos, todo mundo ganha seu dinheiro, as cooperativas ganham muito
dinheiro repassando insumos para os produtores… Todo mundo ganha, menos o
produtor que está perdendo R$ 100 por saca”.


União
Matielli defende a união dos sindicatos para conseguir resultados
efetivos para o setor. Ele afirma que o governo já está ciente dos problemas da
cafeicultura e diz que, se for preciso usará a força. “O governo só faz
ajustamentos aos exportadores e ao comércio, e está esquecendo a classe
produtora”. Com informações da entrevista de Matielli ao Notícias
Agrícolas.



Veja o artigo do Sincal na integra abaixo:



CAFEICULTORES, SOMOS CREDORES!!!


 


Senhores cafeicultores, somos credores!!!! E devedores são os outros elos da
cadeia do Agronegócio Café e o Governo. Como? Explicaremos. Nos últimos 13 anos,
de 1996 a 2009, exportamos 336.000.000 de sacas de café assim
segmentados:
 
* 280.000.000  de sacas de café
arábica;
*   35.000.000  de sacas de café como
solúvel;
*   21.000.000  de sacas de café
robusta.
 
 Dentro desse contexto, nos detemos no café arábica,
pela sua maior representatividade dentro do nosso AGRIBUSINESS Café.


Levantamos também o preço médio praticado pelo Brasil nesses 13 anos e,
chegamos à triste conclusão que exportamos os nossos excelentes cafés em média
US$ 40,/saca mais barato que a média dos nossos principais concorrentes e
vendemos os cafés mais baratos do mundo, arábicas das mais diversas qualidades e
cafés finíssimos.


Não podemos concordar que nossos cafés são inferiores, esses argumentos são
velhos jargões dos nossos protagonizadores dos setores de exportação e dos
nossos próprios falsos representantes, sejam governamentais ou privados.


Senhores, quando detectamos esses números ficamos tristes e revoltados em
saber da incompetência, o conluio, o anacronismo e falta de patriotismo desses
protagonizadores que são homens que não tem o mínimo de princípio deixando a
mercê do mercado internacional os nossos 320.000 cafeicultores e os propalados
8.000.000 de empregos gerados pela cafeicultura.


Portanto, podemos afirmar que deixamos levar pelo ralo da incompetência e
pelo conluio praticamente R$100,/saca, dentro da composição de uma paridade
real/dólar e dos encargos financeiros desse valor na média desses 13 anos.


Com isso chegamos a “bagatela” de uma ordem de grandeza R$28.000.000.000 ( 28
bilhões de reais). Donde saiu essa enxurrada de dinheiro ? — DO BOLSO DO
PRODUTOR. É justo?


Chega de conluio, onde nossos setores governamentais comandados por
hipócritas eleitos pelos próprios cafeicultores e que agora como esse senhor que
anda peregrinando pelo Sul de Minas amparado por falsas cooperativas, como a
nossa EXPORTADORA COOXUPÉ, que tem o descalabro de apoiar e montar um verdadeiro
teatro no intuito de conseguir apoio dos desavisados em detrimento aos nossos
milhares de cafeicultores.
Além disso, esse senhor que esteve até dias atrás
no MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, vem ditar regras do que deverá ser realizado.
Porque não o fez quando teve a caneta e o poder na mão?


Agora vem contestar números da CONAB, da ABIC sobre o volume do consumo
interno de café, colocando as instituições que até pouco as representou ou mesmo
conviveu e não foi capaz ou, sabemos lá o que, de corrigir as distorções.


Chega de hipocrisia Sr SILAS BRASILEIRO. A cafeicultura não está tão
ignorante e manipulada como o senhor pensa. GRAÇAS À DEUS, dentro dos mais
simples e desavisados nesse universo de 320.000 cafeicultores temos muitos
cafeicultores e, agora instituições, pensantes com cultura de escola e de vida
muito superior à aquelas que o senhor e algumas falsas instituições julgam.


Silas Brasileiro sua pala está marcada como SILAS 261, o responsável por
ajustar o preço mínimo em R$ 261,00/saca com grande possibilidade e proteger
aqueles que lhe montam teatros para explorar ainda mais os cafeicultores. E, que
hoje sabemos que não defendem seus cooperados nem na luta por melhores preços e
que também praticam exportações abaixo do custo de produção e muito abaixo do
preço preconizado pela bolsa de NOVA YORK.


Entendemos que essa política praticada pela EXPORTADORA COOXUPÉ, que há anos
deixou de ser uma cooperativa e passou a ser uma exportadora beneficiando-se do
PIS, FINSOCIAL e do dinheiro do FUNCAFÉ, sendo defensora ferrenha da não
utilização do FUNCAFÉ para a composição da solução do endividamento dos
cafeicultores que ela mesma foi uma das grandes causadoras.


Usando verbas do FUNCAFÉ para forçar os cafeicultores a armazenar os cafés em
seus depósitos usando o expediente ministerial de vencimentos das operações de
pré-comercialização em benefício à ancoragem de preço e logística totalmente
favorável aos setores de comércio interno e exportações.


Não podemos entender como uma cooperativa (?), como a EXPORTADORA COOXUPÉ
pode estar tão arraigadas a esses princípios, será que possui problemas de
estoques? Sugerimos uma auditoria dos estoques públicos e privados para todo o
segmento já que temos tantos indícios e, ainda reforçado pelo próprio presidente
da CONAB, Sr Wagner Rossi, que colocou a dúvida de que os exportadores estão
aumentando os estoques para inibir o aumento dos preços.


Nós da SINCAL solicitamos urgentemente essa auditoria para colocar os
verdadeiros eixos nesse conluio. Queremos a verdade acima de tudo, pois os
produtores estão cansados se serem conduzidos nesse conluio e
anacronismo.
 
Acabamos de presenciar o absurdo das OPÇÕES PÚBLICAS
regulamentas com preços abaixo do custo de produção e com vencimentos em
dezembro de 2009, fevereiro e março de 2010, lógico na entre-safra, mais uma vez
protegendo a exportação numa época de entre-safra facilitando a vida do
exportador e a ancoragem de preço.


Ainda por cima erraram na emissão da portaria das opções. Parece brincadeira
e aí, proposital ou não demoraram quase um mês para corrigir esse erro. E, uma
verdadeira afronta a inteligência dos cafeicultores e, com isso os preços caíram
de R$270,/saca para R$235,/saca e, ainda argumentam que as opções poderão ter
vencimentos lá pra frente, pois, temos verbas do FUNCAFÉ, de R$450.000.000, para
a colheita, mais uma afronta aos cafeicultores, pois, sabemos que precisamos de
3 a 4 bilhões de REAIS para colher os 39.000.000 de sacas.


Isso mesmo, as opções serviram para derrubar os preços, mais uma vez parabéns
ao Sr Bertoni, ajudando os outros setores do nosso agronegócio em detrimento aos
cafeicultores. Já pedimos sua renúncia, mas, existem tantos fatores e pressões à
sua permanência por conveniência de conluio, mais uma vez em detrimento à classe
produtora.


Senhores cafeicultores, tivemos a agradável surpresa de assistir a
prorrogação das pré-comercializações para vencimentos também na entre-safra.
Ótimo. Mas, mais uma vez a política foi conduzida para ancoragem de preço e
disponibilidade na entre-safra fazendo uma belíssima ponte para a safra de 2010,
mantendo permanentemente os preços baixos. ESQUEÇAM QUE O CAFÉ NÃO SUBIRÁ
ENQUANTO TIVER REINANDO ESSE CONLUIO DE GENTE INCOMPETENTE E DE MÁ FÉ.


Cafeicultores é dentro desse sistema de conluio, que vem sendo conduzidas
essas políticas cafeeiras, apoiadas pelos nossos amigos SILAS BRASILEIRO e o Sr.
BERTONI, totalmente amparados por falsa cooperativa como a EXPORTADORA COOXUPÉ,
que pela sua belíssima eficiência como exportador foi homenageada pela CECAFÉ
(Conselho dos Exportadores de Café).


Além disso, no ano passado, assistimos uma bela reportagem na FOLHA DE SÃO
PAULO, mostrando o desvio das verbas do PREMIO DO PRODUTOR. Tudo esquecido e a
nossa EXPORTADORA COOXUPÉ utilizou desse recurso em detrimento aos
cafeicultores. O Dr. ISAAC FERREIRA LEITE, deve estar se remexendo no túmulo de
tanta vergonha de seus sucessores.


Além disso, o Sr. BERTONI, não conseguiu apresentar até hoje o relatório do
endividamento da cafeicultura. Claro que não apresentou, pois isso irá estancar
as vendas de café para pagar as dividas e, aí o preço subiria e isso é
totalmente contra os preceitos do conluio amparado por esses senhores. Se
apresentar algum relatório com certeza aparecerá normal a inadimplência, pois
não levantará o endividamento nas carteiras dos agentes financeiros que
emprestaram dinheiro aos pobres cafeicultores a juros escorchantes e, existem
comentários que esse endividamento chega de 7 a 8 bilhões de reais à juros de 2
a 3% ao mês dando um total aproximado de 150 a 200 milhões de reais em juros ao
mês e poderá levar até 10 milhões de sacas/ano de café para o pagamento desses
juros.


Portanto, a cafeicultura está parcialmente quebrada por falta de gestão
pública e privada, e, SÃO OS GESTORES PÚBLICOS OS RESPONSÁVEIS por chegarmos
nessa situação e com isso nossas propriedades estão hipotecadas para os
importadores e torrefadores internacionais que ganham dezenas e dezenas de
BILHÕES DE DOLARES.


Como diz o nosso companheiro da SINCAL, Sr. JOÃO ABRÃO FILHO: “ESTAMOS
EXPORTANDO SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS”. Hoje, estamos vendo nos jornais e revistas
do país o nepotismo do Sarney e, sabemos que instituições ao nosso lado como a
FAESP, dirigida por um determinado senhor que usa e abusa do nepotismo ao invés
de apoiar as reivindicações dos cafeicultores. Lamentável, precisamos de uma
auditoria nessa casa para eliminar o coronelismo estilo Sarney que não combina
num estado tão promissor como o Estado de São Paulo.


ATENÇÃO: SOMENTE E TÃO SOMENTE OS CAFEICULTORES PERDERAM R$ 28.000.000.000,00
(VINTE E OITO BILHÕES DE REAIS) e os demais elos do agronegócio não perderam
nada e, só ganharam inclusive o governo e seus funcionários que ganharam muitos
e muitos reais, como????


PERGUNTE-OS. Portanto, perdemos APROXIMADAMENTE R$100,/saca ou
R$28.000.000.000,00. Como devemos por volta de R$10 a 12.000.000.000,00 QUE
PODERÁ SER SALDADO POR UMA MORATÓRIA e, ainda temos um CRÉDITO POR VOLTA DE R$
18.000.000.000,00 EM BÔNUS  DO TESOURO NACIONAL E OU COBRADOS DOS DEMAIS
ELOS DA CADEIA, INCLUSIVE DAS FALSAS COOPERATIVAS COMO A EXPORTADORA COOXUPÉ.


Basta calcular quantas sacas foram entregues nesses 13 anos e multiplicar por
R$ 100,00/saca que achará o seu crédito. PORTANTO, SOMOS CREDORES E NÃO
DEVEDORES E, nada mais justos a aplicação desse exposto, pois além de suportar
esse verdadeiro inferno nos últimos anos fomos, provavelmente, os maiores
empregadores e sustentadores do lado social numa única atividade.


O nosso governo central que vive numa constante retórica de apoio social tem
como responsabilidade socorrer os cafeicultores dentro do NOSSO PROPOSTO DE
MORATÓRIA E BÔNUS. NADA MAIS JUSTO.
 


 
SINCAL
Associação Nacional dos Sindicatos dos Produtores de Café
e Leite
www.sincal.org.br

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.