Uma equipe de pesquisadores brasileiros descobriu uma espécie de café naturalmente descafeinado. A descoberta foi publicada nesta quarta-feira na revista científica Nature e pode abrir caminho para a ampliação de um mercado já estimado em 10% dos consumi
Uma equipe de pesquisadores brasileiros descobriu uma espécie de café “Um café com um selo ‘naturalmente descafeinado’ e com a qualidade total da Mazzafera, do Departamento de Fisiologia Vegetal da Unicamp, explica que a A planta mutante tem 0,06% de cafeína, ou seja, 20 vezes menos do que as O pesquisador do Unicamp e os seus dois co-autores no estudo, Maria Bernadete Menos sabor O processo industrial atualmente utilizado para tirar a cafeína do café, O pesquisador diz que, embora não haja provas de que faça mal à saúde, a “Dependendo da quantidade de cafeína que ingerirem, algumas pessoas têm Segundo o especialista, normalmente o organismo humano leva seis horas para Ele explica que provavelmente será preciso cruzar sementes descafeinadas com “Estimamos que elas tenham 30% da produtividade das variedades comerciais.” Segundo Mazzafera, o chamado processo de melhoramento das sementes Consumo No Brasil, o consumo de café descafeinado é relativamente pequeno, cerca de Tentativas anteriores de produzir uma planta com baixo teor de cafeína Os pesquisadores alegam que, embora ainda não esteja clara a viabilidade Para o pesquisador, o investimento no café descafeinado de qualidade poderia
naturalmente descafeinado.
A descoberta foi publicada nesta
quarta-feira na revista científica Nature e pode abrir caminho para a ampliação
de um mercado já estimado em 10% dos consumidores do produto.
bebida certamente vai ter um espaço garantido no mercado”, afirmou um dos
autores da pesquisa, Paulo Mazzafera, em entrevista à BBC Brasil.
planta descafeinada é uma mutação da espécie coffea arabica, a mais consumida no
mundo, e foi encontrada em meio a mudas trazidas da Etiópia para o Brasil em
1965.
variedades comerciais.
Silvarolla e Luiz Carlos Fazuoli, do Instituto de Agronomia de Campinas, levaram
17 anos para encontrar a planta, que é procurada por pesquisadores de vários
outros países.
explica Mazzafera, remove propriedades essenciais ao sabor da bebida. Uma planta
naturalmente descafeinada preservaria essas propriedades, eliminando apenas a
cafeína.
cafeína é hoje considerada uma droga, por criar um estado de alerta e tirar o
sono das pessoas mais sensíveis à substância – justamente o mercado alvo do café
descafeinado.
palpitações e aceleração de batimentos cardíacos”, explica Mazzafera.
“se livrar” da cafeína, mas em algumas pessoas esse processo leva mais tempo.
“Tudo depende da sensibilidade e da capacidade de metabolizar a cafeína.”
uma variedade comercial de coffea arabica, uma vez que os pesquisadores estimam
que a produtividade da planta descafeinada seja baixa.
Nesse caso, das sementes geradas pelo cruzamento, seriam escolhidas as que
tivessem menos cafeína, que, por sua vez, seriam novamente cruzadas entre
elas.
descafeinadas poderá levar de seis a 15 anos.
1%, mas nos Estados Unidos, chega a 20%.
falharam porque envolveram espécies que não produzem um café saboroso ou porque
recorreram à modificação genética, ainda polêmica e sujeita a rígidas
regulamentações.
comercial da planta descoberta, o fato de ela pertencer à espécie mais cultivada
e consumida no mundo aumenta as chances de a planta gerar café de alta
qualidade.
ajudar o Brasil no competitivo mercado mundial do produto.