ARTIGO – Cafeicultores: não esmoreçam

19 de maio de 2009 | Sem comentários Mais Café Opinião

Luiz Carlos Fazuoli
Diretor do Centro de Café do IAC
 
Adequar-se para competir. Esta parece ser a nova regra do jogo. Por certo que os movimentos como SOS Cafeicultura são legítimos em congregar o desânimo e o clamor por justiça da classe produtora. As transformações na economia moderna têm estabelecido uma turbulência e complexidade crescente no âmbito das cadeias produtivas. O contexto é ainda mais conturbado em função dos condicionamentos advindos com a globalização e novas tecnologias de informação.


Historicamente, a cafeicultura enfrenta crises cíclicas, e a cada tempestade são exigidos ainda mais jogo de cintura de todos os setores do agronegócio café, sobretudo da classe produtiva.


Altera-se neste contexto o próprio sentido de competitividade. Antes focado na dimensão estática, hoje a dinâmica vem demonstrando a importância de fatores como especialização produtiva, interação com o ambiente, capacidade de aprendizado, cooperação e grande flexibilidade para a inovação. Antes, as rotinas produtivas eram exigidas em nome da eficiência. Hoje, clama-se por mudança e tecnologia em nome da sobrevivência.


Nas duas épocas, as crises estavam na ordem dos acontecimentos, acelerando as transformações. Na época em que o saudoso Dr. Krug elaborou o programa para a cafeicultura no Instituto Agronômico de Campinas, em 1932, ele também foi chamado de visionário e louco em meio a mais uma crise do produto e forte recessão mundial. No entanto, o programa tornouse referência com o desenvolvimento de importantes cultivares e tecnologias para a economia cafeeira.


Nossos pioneiros souberam se adequar a cada nova demanda. Hoje, este continua sendo nosso desafio. Neste processo de evolução, diferentes organizações e setores integram-se em um esforço coletivo para incentivar as competências, fortalecer os laços cooperativos e ampliar as vantagens competitivas. É tempo de aglutinação de forças. Não é tempo de esmorecer. A tempestade haverá de passar, restando ainda mais estímulos para nosso progresso.

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