APTA aposta na diversidade para desenvolver tecnologias

Por: 17/04/2009 13:04:03 - Revista Cultivar

Se é possível considerar que haja um fio condutor no trabalho da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), o nome dele seria diversidade. Com quase dois mil projetos voltados para a área e 860 pesquisadores no Estado de São Paulo, esse é o segundo maior centro de pesquisas do Brasil (ficando atrás da Embrapa) e o maior do Estado.


Orlando Melo de Castro, coordenador da APTA, diz que a estrutura da agência conta com seis institutos (Agronômico, Biológico, de Pesca, Zootecnia, Tecnologia de Alimentos e Economia Agrícola). Além disso, há 15 pólos espalhados pelo Estado de São Paulo (Alta Sorocabana, sediada em Presidente Prudente, Alta Paulista, em Adamantina, Extremo Oeste, em Adrandina, Noroeste Paulista, em Votuporanga, Centro Norte, em Pindorama, Centro Oeste, em Jaú, Parapanema, em Assis, Sudoeste Paulista, em Capão Bonito, Centro Sul, em Piracicaba, Centro Leste, em Ribeirão Preto, Alta Mogiana, em Colina, Nordeste Paulista, em Mococa, Leste Paulista, em Monte Alegre, Centro, em São Paulo e Vale do Paraíba) e 42 unidades regionais.


“O foco central da APTA abrange tudo: a área agrícola, o setor agronômico, o biológico e também temos projetos nacionais”, diz Castro. Além dos projetos, o coordenador ressalta que o apoio do governo ajuda na melhora dos laboratórios, qualificando e certificando os espaços, trazendo o risco sanitário zero.


Dentre alguns dos projetos realizados, Castro ressalta que a APTA possui grandes programas de pesquisa, como a que desenvolve para fazer o etanol de segunda geração, a que cria materiais tolerantes a doenças (como um produto mais resistente ao greening, por exemplo) e a adaptabilidade da cana. “Esse projeto acompanha a expansão da canicultura”, ressalta. Na área de cafeicultura, Castro ressalta que está sendo desenvolvido um trabalho para estimular a produção do café robusto em um âmbito de agricultura familiar. 


A descentralização dos pólos é visto como um ponto positivo da APTA. “Embora a estrutura seja descentralizada, elas estão linkadas aos centros de pesquisa”, ressalta. E Castro aponta vantagens nesse processo. “É possível fazer pesquisas em diferentes condições, dá mais adaptabilidade. Você consegue ter um material para cada clima. Depois podemos exportar esse material para outros lugares”.


Nesse aspecto, a APTA, segundo seu coordenador, desenvolve um trabalho real de transferência de tecnologia, tanto para outros Estados brasileiros como para outros países. O foco dele está na resistência a pragas e doenças. “Nossa base de conhecimento vai além fronteiras”, afirma.


A pesquisa e o fomento à tecnologia para o agronegócio será mantida no Estado de São Paulo. Mas a crise já traz uma retração no mercado. “Nós vamos ter redução, de 7 a 9 %, na safra de grãos”, diz Castro. “Houve um menor investimento e isso cria um impacto e vai causar problemas. A crise veio no início da safra”.


Mas o coordenador da APTA aposta que a tendência de recuperação. Outro ponto que será importante é a manutenção dos preços de fertilizantes. Castro diz que o material está estocado, uma vez que não houve tanta plantação, e por isso a ideia é de que o preço seja mantido. “Tudo deve se normalizar em breve. Até porque ninguém vai ficar sem comer”, considera.


Michel Lacombe
RIPA
 

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