Agrishow começa ‘desfalcada’ nesta segunda

Por: EPTV

Maior feira nacional do agronegócio, a Agrishow começa desfalcada nesta segunda-feira (27), em Ribeirão Preto (SP). Em meio à crise global, estarão ausentes cinco grandes fabricantes de maquinário agrícola – que, até o ano passado, figuravam entre os maiores expositores da feira.


“A empresa gasta por marca na feira cerca de R$ 1 milhão. É um valor bastante grande, principalmente na situação de agora”, explica Milton Rego, diretor de Comunicações e Relações Externas da Case New Holland (CNH), proprietária das marcas Case e New Holland.


“Sendo a feira muito grande, se torna muito complexo e muito caro participar, e a única alternativa é não ir”, afirma.


Com as vendas em declínio, as cinco grandes marcas – John Deere, Massey Ferguson, New Holland, Valtra e Case – decidiram se ausentar do evento para conter custos, como confirmou ao G1 a Massey Ferguson. Só na CNH, a crise derrubou as vendas em mais de 30%, “e isso a feira não vai modificar”, diz Rego.


Segundo os organizadores da Agrishow, no entanto, as perspectivas continuam positivas. A saída das cinco grandes abriu espaço para outras companhias – no ano passado, só a John Deere ocupou 3,6 mil metros quadrados na feira – e o número de expositores deve permanecer superior a 700.


Oportunidades


Para os organizadores do evento, as ausências serão “sentidas”, mas podem representar uma oportunidade.


“No lugar dessas, estamos entrando com três marcas novas. Uma delas é a Landini, que é a quarta maior empresa do mundo de tratores. Eu julgo que é até uma oportunidade para essas aparecerem mais, mostrarem uma tecnologia nova, trazerem preços diferenciados”, diz Cesário Ramalho, presidente da feira.


A visão de Ramalho é a mesma de Carlos Magno do Amaral Benfeita, diretor comercial da Landini/Montana, cujos tratores vão “debutar” na Agrishow.


“A decisão dos grandes de não participarem é uma janela de oportunidade para a gente tomar mais participação de mercado”, diz ele. “Sempre traçamos uma meta em torno de 30% do faturamento anual da empresa. Este ano vai ser superior a isso, com certeza”, acredita.


Com perdas de um lado e ganhos do outro, a Agrishow deve movimentar cerca de R$ 800 milhões este ano – mesmo valor do ano passado.


“Tem uma expectativa de que possa chegar até a R$ 870 milhões, mas a gente não espera crescimento de negócios com relação ao ano passado. Deve ficar em R$ 800 milhões, um pouco mais para cá ou um pouco mais para lá, diz Cesário Ramalho.


Mas se as “novatas” quiserem ganhar mercado, devem aproveitar este ano. Em 2010, as grandes prometem voltar.


“A decisão que nós tomamos em conjunto é de participarmos ano sim, ano não, para reduzir custos”, diz o executivo da CNH. Ele admite, no entanto, que essa estratégia pode ser repensada. “Isso não significa que mais para frente necessariamente continue assim”, pondera.


Mudança


Além da alteração no “conteúdo”, a Agrishow também pode estar de mudança. Há 15 anos em Ribeirão Preto, a feira recebeu convite para se mudar para São Carlos (a 116 km de distância) a partir de 2012.


Na cidade vizinha, a prefeitura está oferecendo uma área onde seria instalada uma infraestrutura permanente para a feira – hoje, o evento é realizado em uma fazenda pertencente ao Instituto Agronômico de Campinas, o que obriga o arruamento e a instalação de água, esgoto e energia todos os anos.


Segundo os organizadores da Agrishow, a instalação da área de eventos, a Cidade da Bioenergia, também receberia um financiamento superior a R$ 60 milhões.


A possível transferência da feira agrícola já provocou uma disputa entre as duas cidades, mas Ramalho diz que nada ainda está decidido.


“Firmamos um protocolo de intenções com a Secretaria da Agricultura para alugar a área (em Ribeirão Preto) até 2014. Isso nos faculta ficar lá até 2014, porém não nos obriga. Em 2010, vai ser em Ribeirão; o resto é muito longo”, diz.

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