AGÊNCIA ESTADO: XIMENES E MELLES ABORDAM LEILÕES DE OPÇÕES

O presidente do CNC (Conselho Nacional do Café), Gilson Ximenes, mostrou-se favorável à realização dos leilões de opções públicas de venda de café, anunciados, ontem (conforme postagem das 16h09, de 06/05, do BLOG DO CAFÉ), pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.


Porém, em entrevista ao jornalista Tomas Okuda, da Agência Estado, ele fez ressalva em relação à possibilidade de alguns vencimentos terem entrega no ano que vem. “As entregas deveriam ocorrer todas este ano”, citou.


Ximenes disse, ainda, que o Governo poderia realizar três leilões de 1 milhão de sacas cada, ao invés de quatro leilões, como cogitado pelo ministro.


No que se refere ao preço mínimo de garantia, o presidente do CNC comentou que o reajuste promovido pelo Governo ficou aquém do reivindicado pelo setor de produção, que é de R$ 300,00 a saca. Em 30 de abril, o CMN (Conselho Monetário Nacional) estabeleceu o valor de R$ 261,69 para a saca de café arábica. “Mas existe a promessa do próprio ministro Stephanes de tentar melhorar esse valor”, recordou.


Já o deputado federal Carlos Melles (foto), presidente da Frente Parlamentar do Café, também em entrevista a Tomas Okuda, informou que o Governo agiu de forma equivocada na formulação do programa de contratos de opção de venda de café, que deverá ser anunciado nos próximos dias. Segundo ele, a execução do programa deverá ser um engano porque “está sendo feita às pressas, para não haver contestação”.


Ele argumentou que o Governo está “mal orientado”, pois parece não ter considerado o sucesso de programas anteriores, quando foram realizados leilões para cerca de 5 milhões a 6 milhões de sacas. O governo cogita realizar leilões para 3 milhões de sacas este ano.


Ainda conforme o deputado, o preço de exercício sugerido pelo ministro Reinhold Stephanes, entre R$ 303 e R$ 320, não corresponde ao valor reivindicado pelo setor produtivo. “Em programas anteriores, o Governo teve de comprar pouco café de produtores, ‘menos de 10%’, do total oferecido nos leilões, pois os contratos ajudaram a sustentar as cotações e o cafeicultor exerceu o direito de vender ao mercado”, salientou Melles, que concluiu anotando que, da forma como o atual programa parece ser concebido, os leilões vão perder seu efeito positivo de puxar as cotações do produto.

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