Rondônia corre o risco ter uma redução significativa na próxima safra das suas principais produções – café, feijão, arroz e milho -, caso o Ministério da Agricultura (Mapa) não reveja as portarias que determinam o zoneamento agrícola do Estado. Essa é a avaliação do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagro), Lázaro Dobri.
Para discutir essa questão a Fetagro, junto com a Secretaria de Agricultura e Desenvolvido Econômico e Social (Seapes) e os órgãos técnicos do Estado, como Embrapa e Emater, vão promover o seminário Seguro Agrícola: Uma Garantia para o Homem do Campo, amanhã, à partir das 8h30, no Centro de Treinamento da Emater em Ouro Preto do Oeste (Centrer).
De acordo com Dobri, o zoneamento agrícola de Rondônia apresentado pelo Mapa em dezembro de 2006, não reflete a realidade do Estado. Existem graves distorções como enquadrar municípios que nunca produziram café, como Vilhena e Porto Velho, como aptos para produção, ou determinar a temperatura máxima para produção de café arábica em 23º, abaixo do que se costuma medir no Estado, explica.
O problema destas distorções, segundo Dobri, é que depois de feito o zoneamento no Estado, os bancos só liberam o financiamento agrícola de acordo com o que o documento determina. Além, de ser também um instrumento importante para que os produtores possam aderir ao seguro agrícola oficial. Ou seja, a produção do Estado ficaria restrita ao que está determinado no zoneamento agrícola.
Dobri explica que o critério escolhido pelo Mapa para fazer o zoneamento agrícola foi exclusivamente científico. O estudo foi elaborado á partir, apenas, do índice pluviométrico do Estado. Nenhum órgão técnico foi consultado para auxiliar nos índices. Esse único critério é insuficiente para retratar a realidade de Rondônia, afirma.
Com o seminário, os órgãos pretendem pleitear a suspensão da portaria até que se faça um novo estudo para a reelaboração do zoneamento. Para isso, foram convidados representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrícola (MDA) e da bancada federal. A decisão deve ser rápida, já que o financiamento para a safra de 2007/08 deve ser liberada em junho. Caso a liberação ocorra da forma que está colocado o zoneamento, a produção do Estado pode ser muito prejudicada, finaliza Dobri.