VÍDEO Globo Rural – Preço do café desanima agricultores

6 de setembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Domingo, 06/09/2009
Preço do café desanima agricultores 
 
 
A colheita do café está terminando no sul de Minas e o preço do produto desanima os agricultores. Eles não sabem como vão conseguir pagar as dívidas.




 


 


A colheita do café está terminando no sul de Minas e o preço do produto desanima os agricultores. Eles não sabem como vão conseguir pagar as dívidas.


Nesta safra, a maior preocupação dos produtores é com a perda de qualidade do grão por causa do excesso de chuva. Foi o que aconteceu com a colheita do senhor Sebastião Rezende. “A chuva atrapalha a qualidade do café porque ele não pode muita umidade. Inclusive o café já estava embolorando no próprio pé”.
 
Na região sul do estado, a Cooperativa de Guaxupe já fez um balanço, em comparação com as safras anteriores, da qualidade do café que vai receber dos onze mil cooperados.  “Nós temos uma média de recebimento de 85% de cafés finos e estamos recebendo este ano do sul de Minas somente 50% de café fino”, afirma o gerente da Cooxupé, Joaquim Goulart.


Na área da cooperativa, a colheita já está concluída em 90%. Minas Gerais, o maior produtor de café do país, deve colher este ano cerca de 19 milhões de sacas, 18% menos que no ano passado. O principal motivo é a bienalidade da planta, que um ano produz mais e no outro menos.


O final da colheita coincide com uma outra fase do cafezal. É quando os pés começam a florescer e isso é o primeiro sinal de produtividade. “Pelo que a gente pode perceber a florada está muito boa, as condições climáticas são favoráveis e parece que vai correr tudo bem”, acredita o agrônomo Antônio Carlos Fidélis.


Se no campo o cafeicultor torce para que o tempo ajude a produção da próxima safra, fora dele à briga é pelo preço da saca. A média de preço atual para os cafés finos é de R$ 251, abaixo do custo de produção, que é de R$ 293 para o Sul de Minas, calculado pela Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento.


Os produtores alegam que essa situação comprometeu a capacidade de pagamento. De acordo com o Conselho Nacional do Café, o total das dívidas da lavoura ultrapassa hoje os R$ 3 bilhões, o que equivale a um terço do faturamento bruto de toda a safra brasileira do produto.
“Nos continuamos negociando com o governo para que ela possa fazer com que isso seja transformado em produto, em um preço de R$ 320, que é para compensar os custos”, diz o Presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes. Essa semana, a questão das dívidas foi discutida numa reunião em Brasília.


A reunião foi na tarde da última quinta-feira no Ministério da Fazenda. O Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, trouxe as propostas para apoiar a cafeicultura brasileira.


Depois da reunião com o Ministro Interino da Fazenda, Nelson Machado, algumas medidas foram anunciadas.


Serão prorrogadas por quatro anos as dívidas de custeio e colheita que venceriam de setembro deste ano a março do ano que vem. Essas dívidas somam R$ 860 milhões.


O governo vai fazer compras diretas até dezembro deste ano no total de R$ 300 milhões.
O financiamento de estocagem poderá ser pago em produto. A dívida que soma R$ 700 milhões poderá ser trocada por sacas de café calculadas pelo preço mínimo. No caso do café tipo 6, por exemplo, o mínimo é de R$ 261,69.


Esse valor está abaixo da reivindicação dos produtores e é menor que o custo de produção calculado pela própria Conab. O governo argumenta que com as novas medidas, e outras que já tinham sido adotadas anteriormente, o volume de recursos para os cafeicultores deve somar cerca de R$ 3 bilhões até o fim de 2010.


“A intenção do governo é recompor o estoque no sentido de equalizar a oferta e a demanda. A ideia é fecharmos o próximo ano com estoque de dez milhões de sacas”, afirmou o Ministro Reinhold Stephanes.
 
As medidas ainda precisam ser aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional.

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