Viagem ao Japão deve garantir fábrica japonesa de pneus no PR

2 de junho de 2007 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: 01/06/2007 19:06:11 - AEN - Agência Estadual de Notícias


 O Paraná é o provável destino da fábrica de pneus do grupo japonês
Yokohama no Brasil. O diretor-executivo do grupo, Takashi Suguimoto, reuniu-se
em Tóquio com a comitiva liderada pelo governador Roberto Requião e afirmou que
há grandes possibilidades de que o Paraná seja escolhido para ser a sede da nova
planta, disse nesta quinta-feira (31) o secretário da Indústria, Comércio e
Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho.


“Posso dizer que há 99% de certeza de que o Paraná será a sede da indústria.
Esse é um resultado concreto da viagem liderada pelo governador ao Japão e à
França, que abriu possibilidades fantásticas para o Paraná”, afirmou Moreira. A
fábrica da Yokohama no Brasil deverá ser similar à que o grupo constrói na
Malásia. Lá, os japoneses investem US$ 30 milhões numa planta que deverá
empregar 600 pessoas.


Um dos maiores grupos industriais do Japão e o sétimo maior fabricante de
pneus do mundo, a Yokohama anuncia até outubro a localização de sua primeira
fábrica no Brasil. Fundada em 1917, a empresa tem seis fábricas no Japão, três
nos Estados Unidos, uma nas Filipinas, uma no Vietnã, uma na Tailândia e uma na
China.


A comitiva paranaense visitou cinco dos maiores grupos industriais japoneses
— Toyota, Itochu, Marubeni e Mitsui, além da Yokohama. “A Toyota deverá anunciar
ainda em 2007 um grande investimento no Sul do Brasil, com a construção de uma
nova fábrica de automóveis. Fomos à sede mundial do grupo para uma reunião com o
diretor-geral Sumio Ohtusji, em que apresentamos as potencialidades econômicas e
a infra-estrutura do Paraná”, explicou o secretário.


Na Mitsui, Requião apresentou estudo de viabilidade para a construção de
alcoolduto ligando Maringá — pólo da produção sucroalcooleira do Estado — ao
Porto de Paranaguá. Em reunião com o presidente mundial Shoei Utsuda, o
governador convidou a Mitsui para participar do projeto ao lado do Estado e da
Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar). A proposta
será levada ao conselho de administração do grupo. A Mitsui é dona de 24,5% das
ações da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), empresa de economia mista cujo
acionista majoritário é a Copel Participações, que detém 51% dos papéis.


“Volto muito confiante e animado com a perspectiva de ampliarmos as relações
comerciais com japoneses e franceses”, disse o presidente da Alcopar, Anísio
Tormena. Algumas províncias japonesas deverão determinar nos próximos meses a
adição do álcool à gasolina. Os produtores paranaenses já exportam para o Japão
o álcool para uso químico e alimentar.


“Em 2006, exportamos 450 milhões de litros, principalmente para os Estados
Unidos e Europa. Cerca de 30 milhões de litros foram para o Japão, o que é muito
pouco. Tão logo se defina a nova matriz energética do país, poderemos ampliar
consideravelmente nossas relações comerciais”, explicou Tormena. Os produtores
paranaenses estão preparados para absorver a nova demanda. “Já crescemos 30% na
última safra, colhendo cerca de 32 milhões de toneladas de cana e produzindo 1,5
bilhão de litros de álcool”. A Alcopar prevê a produção de cerca de 1,7 bilhão
de litros de etanol na nova safra.


O álcool e a soja convencional produzidos no Paraná também foram apresentados
à Marubeni. “O grupo deverá mandar executivos ao Brasil, para conhecer de perto
o potencial econômico do Paraná”, afirmou Moreira. No Japão, a comitiva
paranaense também reuniu-se com a Jica (Agência de Cooperação Internacional do
Japão) e o Jbic (Banco para Cooperação Internacional do Japão). O Jbic já
financia programas da Sanepar e está disposto a investir na instalação de
empresas japonesas no Paraná e na implantação de joint-ventures entre grupos do
Brasil e Japão.


“Foi uma viagem extremamente produtiva”, avaliou o primeiro-secretário da
Assembléia Legislativa, deputado estadual Alexandre Curi. “Saímos do Japão com
belíssimas informações sobre o interesse de grandes grupos em investir no
Paraná. É o caso da Yokohama, que deverá trazer uma fábrica ao Estado com
capacidade para empregar centenas de pessoas, além de suas fornecedoras. Além
disso, o Paraná e a província de Hyogo acertaram um acordo para intercâmbio de
estudantes universitários”, disse.


“Esse intercâmbio é extremamente importante. Como parlamentar, posso dizer
que foi uma experiência inestimável conhecer os sistemas legislativos de dois
países tão avançados e diferentes entre si como Japão e França. É algo que
poderá nos ajudar no debate da reforma política, tão aguarda pela sociedade
brasileira”, afirmou o deputado.


Na França, Requião e sua comitiva visitaram o Senado francês, acompanhadoos
do senador Jean Besson, vice-presidente da região de Rhône-Alpes. Durante o
encontro com o presidente em exercício do Senado, Roland Du Luart, o governador
discutiu assuntos relativos ao intercâmbio que o Paraná mantém com a região e
apresentou um panorama da economia paranaense.


“Também nos reunimos com a Câmara de Comércio e Indústria de Paris e a Medef,
a confederação das indústrias da França, para acertar a realização de futuras
rodadas de negócios e intercâmbios comerciais e industriais. Além disso, vemos
uma parceria cada vez mais forte e concretizada com Rhône-Alpes”, disse
Moreira.




Família imperial virá ao Paraná  comemorar 100 anos da
imigração


A família imperial japonesa virá ao Paraná na comemoração dos 100 anos da
chegada dos primeiros imigrantes do Japão ao Brasil, em 2008. Em Tóquio, o
governador Roberto Requião reuniu-se com o príncipe Hitachi Masahito, irmão mais
novo do imperador Akihito, para entregar o convite oficial para as comemorações,
que serão realizadas em Rolândia.


Requião também levou o convite oficial ao governador da província japonesa de
Hyogo, Toshizo Ido. O Paraná e Hyogo são estados irmãos desde 1970. Da capital
de Hyogo, Kobe, zarpou em 1908 o Kasato Maru, navio que trouxe os primeiros
japoneses ao Brasil.


O Kasato Maru trouxe 781 passageiros, que vinham para trabalhar nas fazendas
de café do interior de São Paulo. Até 1941, ano em que a entrada de japoneses
foi suspensa por causa da Segunda Guerra Mundial, 188 mil imigrantes japoneses
já estavam no Brasil.


A entrada de japoneses só foi reaberta em 1953. Em dez anos, mais 50 mil
imigrantes chegaram ao Brasil. O sucesso da imigração japonesa deveu-se à
necessidade de mão-de-obra qualificada nas fazendas de café de São Paulo e do
Paraná e a à crise econômica no Japão arrasado pela guerra.


O Paraná é o segundo pólo de imigrantes japoneses e seus descendentes no
Brasil. Apenas em Curitiba, vivem atualmente cerca de 50 mil descendentes. A
capital, entretanto, não foi o primeiro destino dos imigrantes. A entrada dos
japoneses no Paraná começou no Norte do Estado, onde eles ajudaram a colonizar
cidades como Apucarana, Maringá e Londrina.
 

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