‘Tribunal’ de universidade na Itália absolve o café

18 de novembro de 2005 | Sem comentários Café & Saúde Mais Café
Por: BBC por Suzanne Bush de Nápoles

 






 
 






Nem um apagão nacional fez os italianos esqueceram do café

O departamento de Farmácia da Universidade de Nápoles realizou um julgamento inédito no último fim de semana: no banco dos réus, o café.


A idéia dos acadêmicos era esclarecer de uma vez por todas a controvérsia que cerca a bebida nacional da Itália – em outras palavras, o tradicional cafezinho faz mal ou não?


Para responder a pergunta, foram convocadas a depor 12 testemunhas. O caso foi “julgado” por professores de direito de diversas universidades italianas, que acabaram “absolvendo” o café.


“Escolhemos o café porque ele é representativo dessa área, a região napolitana, onde o café é cultuado. Todo mundo bebe café a qualquer hora do dia”, disse Ettore Novellino, chefe do departamento.


Contra


As acusações contra o café eram:


• Ele ataca os nervos e é, geralmente, prejudicial à saúde.


• Tem um efeito ruim no ambiente de trabalho, porque estimula as pessoas a fazerem pausas para o cafezinho.


• Ajuda e estimula o consumo de açúcar e de álcool (no caso do irish coffee).


Os argumentos da “promotoria”:


• O café pode provocar ansiedade, irritabilidade e tremores.


• A bebida pode provocar dores de cabeça em pessoas em abstinência de cafeína.


• Como o tabaco, ele também atrapalha o dia de trabalho porque funciona como uma desculpa para fazer pausas.


Pró


Os argumentos da defesa:


• Para a maioria, um ponto positivo do café é o efeito estimulante da cafeína sobre o sistema nervoso central, que faz as pessoas se sentirem mais alertas e acordadas.


• Neste julgamento, o argumento da defesa é amplamente baseado nos benefícios da bebida contra alguns tipos de câncer e doenças neurodegenerativas, como o Mal de Parkinson, por aumentar os níveis de dopamina no cérebro.


Uma das testemunhas, Maria Daglia, uma farmaceuta da Universidade de Pavia, defendeu o café, desde que consumido com moderação.


“Um alto consumo de café são cinco a sete xícaras por dia, mas em vez disso, o consumo normal, de três ou menos xícaras por dia, pode ser um fator de proteção contra o câncer no cólon e cirrose hepática, por exemplo”, citou Daglia.


Excesso


Um argumento que foi usado várias vezes durante o julgamento é que o café pode ter os efeitos destrutivos levantados pela acusação quando tomado em quantidades excessivas.


No entanto, o tribunal também ficou sabendo que há apenas três casos conhecidos de mortes por excesso de café.


Outras testemunhas se concentraram na história, nas tradições e na produção da bebida.


Um especialista da Academia de Cozinha da Itália explicou os benefícios sociais de um capuccino ou um café macchiato.


“Para os italianos, além de ser um prazer, já que fisicamente recarrega as baterias, cria uma forma de socialização ao interromper o trabalho por alguns minutos para um conversa e um pouco de passatempo”, disse Germana Militerni.


Depois de muito pouca discussão, o café foi “absolvido” de todas as acusações, sob a alegação de que, como a maioria dos vícios, ele só é prejudicial à saúde se for consumido em quantidades excessivas.

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