Japoneses criam em laboratório café descafeinado

Pela primeira vez na história, cientistas conseguiram produzir pés de café modificados geneticamente que têm menos cafeína.

18 de novembro de 2005 | Sem comentários Biotecnologia Tecnologias
Por: BBC

 

 

 






O café geneticamente modificado
As plantas vão demorar quatro anos para dar frutos

Pela primeira vez na história, cientistas conseguiram produzir pés de café modificados geneticamente que têm menos cafeína.


Os pesquisadores japoneses, que publicaram a experiência na revista científica British Journal Nature, dizem que a planta contém aproximadamente um terço da cafeína de outras variedades de café.


Apesar disso, ainda deve levar vários anos até que esse tipo de café chegue aos supermercados e cafeterias.


O lobby contra a tecnologia de modificação genética que existe em alguns países tem procupação particular com a modificação do café, uma planta muito importante para os países em desenvolvimento.


Controle


Para a organização não-governamental Action Aid, os alimentos geneticamente modificados são uma “tendência ao controle corporativo”.


Normalmente, café descafeinado é feito de grãos normais e processado para perder parte da cafeína.


A técnica funciona, mas muitos apreciadores da bebida dizem que o sabor também muda.


Os pesquisadores japoneses, do Instituto Nara de Ciências e Tecnologia, acreditam que as novas plantas vão oferecer café descafeinado com o gosto dos cafés comuns.


A equipe de cientistas liderada por Shinjiro Ogita usou a técnica chamada de interferência no RNA para reduzir a atividade de genes estratégicos na espécie de café chamada de coffea canephora.


Com o mercado global dos descafeinados estimado em US$ 7 bilhões (aproximadamente R$ 20 bilhões) por ano, o potencial de negócios parece ser grande.


Mas, de acordo com a Organização Internacional do Café, várias das principais questões permanecem sem resposta – e não apenas o custo da tecnologia comparada com o processo atual de descafeinação.


Outros pesquisadores, alguns de empresas privadas, vêm trabalhando há anos na tentativa de conseguir um café descafeinado modificado geneticamente.


O professor Alan Crozier, do departamento de bioquímica da Universidade de Glasgow, diz que esta é a primeira evidência confiável de que o conceito funciona.


“Eles conseguiram baixar o nível de cafeína em aproximadamente 70%. Precisariam baixar 90%, mas usaram uma técnica inteligente e eu acredito que uma redução maior possa ser possível”, disse ele.


As plantas do instituto japonês já têm um ano e não deverão produzir grãos pelos próximos três anos.

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