‘Pervaporação‘. A palavra não existe no dicionário da língua portuguesa, mas já começa a se familiarizar com os técnicos na ponta da cadeia do café. Ela identifica a tecnologia que separa os componentes voláteis existentes nos produtos e já utilizada na obtenção de aromas da laranja, limão e de outras frutas.
Aquela técnica surge, então, como expectativa de uma solução na recuperação de boa parte do aroma de café, que se volatiliza – transforma-se em gases. O método, então, resolverá problemas com as cerca de 2 milhões de sacas equivalentes em café solúvel exportadas anualmente pelo Brasil. A reposição dos aromas perdidos no café é uma constante na indústria de solúveis.
A decisão de investir na ‘pervaporação‘ partiu da Embrapa Café – divisão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério da Agricultura – aos pesquisadores do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café). O processo é apresentado na V Exposição Ciência para Vida, que será encerrada amanhã, em Brasília (DF).
Quantificação
Os resultados com o processo da ‘pervaporação‘, para o café, ainda estão na fase de laboratório. Os testes já identificaram 800 compostos voláteis. Os técnicos da estatal revelam que a técnica está convencendo quanto à possibilidade de sua aplicação econômica na extração, identificação e quantificação daqueles que seriam representativos do aroma.
Sorvetes
A Embrapa Café está otimista, também, quanto à possibilidade da utilização da ‘pervaporação‘ não só pela indústria de solúveis, na cadeia do café, mas também no processo de elaboração de novos produtos alimentícios à base daquele grão – como balas, bombons, bolos, sorvetes, etc.