26/08/2009 – A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) comemorou no dia 19 de agosto de 2009, os 20 anos do Selo de Pureza Abic, certificação pioneira que resgatou a credibilidade do café produzido no País. Foi nesta data, em 1989, que o selo foi lançado publicamente, no Rio de Janeiro (RJ), durante um jantar comemorativo que marcava a troca de diretoria da Abic, de Carlos Barcelos para o então novo presidente, Ewaldo Wachelke. Estava presente no evento também Jório Dauster, presidente na época do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), que apoiou a iniciativa da Abic desde o início.
Nathan Herszkowicz, atual diretor executivo da Abic, explica como surgiu o selo: “Na época o IBC já passava por um processo de autoenxugamento. A fraude existia e precisava ser controlada. Então Jório Dauster, que era um grande entusiasta da iniciativa, transferiu para a Abic, por meio de um ato legal, a responsabilidade de fiscalizar a qualidade do produto no mercado”.
A fraude consistia em colocar outras substâncias no café que não fossem o grão puro, tanto com a adição de subprodutos, como a casca do grão, quanto de outras substâncias, como cevada e soja. Para Nathan, “O grande mérito do IBC e da Abic foi assumir para si a responsabilidade de combater essa fraude em nome da preservação do consumo, que estava diminuindo em resultado da má qualidade do produto que era oferecido ao consumidor. O programa interrompeu a curva de queda e a partir daí ampliou continuamente o consumo interno de café”.
O projeto começou com 220 empresas, estando entre elas marcas consagradas no mercado brasileiro como Pilão, Café do Ponto, Melitta, Café Brasileiro, Café São Braz, Café Campeão, entre outras. Nesses 20 anos a Abic já investiu cerca de R$ 30 milhões, obtidos por contribuição dos próprios associados, e hoje são 420 industriais vinculados à Abic. Todos fazem parte do programa, obrigatoriamente, o que significa dizer que quase 70% do café industrializado no Brasil têm o Selo de Pureza (cerca de 12 milhões de sacas).
Fazem parte do programa, ainda, quatro laboratórios credenciados para a análise de amostras de café, tanto de associados da Abic como de outras empresas. São mais de 2.000 amostras examinadas por ano, que atestam que mais de 95% da fraude são de empresas não-associadas. Quando é identificada uma fraude, a empresa é denunciada ao Ministério Público, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon). No caso dos associados da Abic, o descumprimento das normas leva ainda a diversas penalizações internas, que vão desde advertências à suspensão da permissão para uso do selo e até exclusão dos quadros da associação.
O consumidor que opta por adquirir um produto com essa certificação, segundo Nathan, tem a certeza de estar consumindo um produto com pureza e que não oferece risco à saúde. As informações são da Revista Espresso.