Segredos de Piraí: o milagre dos peixes no Vale do Café
POR PEDRO LANDIM, RIO DE JANEIRO
O cenário é de alguma das fazendas centenárias. O almoço começa com filé macio de peixe, na sobremesa tem torta de macadâmia, depois cafezinho fresco, cachacinha artesanal para arrematar e pronto: você pode dizer que carrega na alma o Vale do Café.
O peixe macio, curiosidade na paisagem rural, dizem muitos que é o mesmo que Jesus multiplicou em seu famosos milagre: a tilápia, que se reproduz de verdade em Piraí — entrada do Vale para quem vai do Rio —, maior produtor de peixes de água doce do estado, com sete toneladas por mês.
“É um peixe de carne branca, tenra e de paladar suave, que assimila bem os temperos”, resume a chef Ana Paula Hack, do hotel piraiense Casa do Manequinho (24- 2431-9900).
É ela a autora da premiada Mistura Brasileira, uma feijoada com tilápia defumada, linguiça de tilápia, torresmo feito com a pele do peixe e farofa de macadâmia — a noz que também é típica do município.
Na Sorveteria do Juarez, quem já provou garante que é de outro mundo o sorvete de macadâmia, mas o distinto só abre a casa quando quer, reforçando o mito. Há inclusive uma comunidade no Orkut empenhada na campanha “Abre, Juarez!”.
Na sexta-feira (17), a chef Ana Paula comandará degustação na abertura do festival Café, Cachaça e Chorinho (www.cafecachacaechorinho.com), evento cheio de música, sabor e História que traça roteiro em municípios como Vassouras, Valença e Miguel Pereira.
Neste, quem gosta da boa mesa tem parada obrigatória no Summer Garden (24 -2484-1814), da chef Diana de Carvalho. Sempre renovando o cardápio, ela oferece pratos como os camarões ao alho e shiitake, com risoto de caipirinha de morango, além de um estrogonofe com perfume de café que retoma o fio da meada, homenageando os grãos que batizaram o vale em séculos passados.