Safra mineira terá R$ 6,5 bi

Por: Estado de Minas

ECONOMIA
08/08/2009 
 

Dinheiro para investimento, custeio e comercialização já está liberado ao produtor nas agências do Banco do Brasil
 
Marta Vieira

Linhas de crédito de R$ 6,5 bilhões para financiar investimentos, custeio e comercialização da safra agrícola mineira 2009/2010 foram anunciadas ontem pelo Banco do Brasil, com oferta imediata nas agências em todo o estado. Acordo de cooperação firmado entre o BB e o governo de Minas Gerais prevê recursos adicionais se a procura dos produtores rurais for superior ao estimado para definição do valor dos empréstimos, informou o superintendente estadual do BB, Tércio Luiz Tavares Pascoal. O pacote de recursos representa aumento de 30% em comparação aos R$ 5,09 bilhões aplicados na safra anterior, a partir de 160 mil contratos, e uma parcela de 16% do total que o banco prevê financiar no país.


Os produtores de Minas vão encontrar as mesmas condições de financiamento já em vigência no BB tanto para investimentos quanto custeio e comercialização, além dos programas BB Solo Forte, de incentivo à correção de solos e recuperação de pastagens degradadas, Boi no Pasto, Minas Artesanal, Pró-genética e Pró-Queijo Minas Artesanal. As taxas de juros variam conforme o tamanho da propriedade e a atividade, entre 2% ao ano e 6,25% anuais. De acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos de Minas deverá alcançar 10,2 milhões de toneladas este ano, repetindo o desempenho de 2008.


Principal negócio da agricultura no estado, o café colhido no estado promete somar 19,2 milhões de sacas de 60 quilos, safra 19% inferior à do ano passado, em decorrência do fenômeno da bianualidade da cultura, que alterna ciclos de alta e baixa da produção. Segundo o secretário de estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana Rodrigues, a estimativa do volume de crédito foi feita diante de um cenário de procura reprimida, em função da escassez de dinheiro para financiamento depois da crise financeira mundial. “O crédito chega num momento de necessidade brutal do produtor, mas acreditamos que o valor atenderá essa procura maior”, afirmou.


Da cifra máxima anunciada de R$ 6,5 bilhões, R$ 1,5 bilhão será destinado à agricultura familiar e R$ 5 bilhões à agricultura empresarial. O superintendente do BB em Minas afirmou que, diferentemente da safra passada, este ano não houve interrupção na oferta de crédito e as novas linhas já estão disponíveis. “O financiamento foi constante este ano. Em nenhum momento o produtor deixou de ser atendido”, disse. A prática tradicional era interromper a concessão do crédito, entre uma safra e outra, para que os técnicos uniformizassem as taxas dos empréstimos.


Pascoal admitiu que a capacidade de produção do agronegócio em Minas Gerais está bem distante dos valores que têm sido oferecidos, em função da procura dos produtores. A produção de bens e serviços, retratada no Produto Interno Bruto (PIB) do setor no estado ano passado, foi estimada em R$ 90,5 bilhões pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), respondendo por pouco mais de um terço do PIB total de Minas. Gilman Viana defende que os recursos para investimento nas lavouras e na criação de animais sejam liberados durante todo o ano, para que na época do plantio o produtor esteja mais bem preparado, do ponto de vista da infraestrutura da atividade, para aplicar o dinheiro.

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