Redução no preço do café
(09/07/2008 11:00)
O que está ocorrendo hoje é uma queda das commodities em geral, onde o petróleo, produto mais comercializado mundialmente, é a principal commodity a influenciar os mercados. O café está acompanhando essa queda devido a sua importância como produto mundial. De acordo com o gerente de comercialização da Expocaccer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado), Mauro Lúcio dos Santos, em entrevista a Terra Viva, o que está ocorrendo no mercado de café (redução nos preços) é normal. Para ele, os investidores e os especuladores investiram em mercados agrícolas, saindo um pouco dos investimentos em ações nas Bolsas de Valores, sendo essa uma forma de tentarem se proteger contra “uma inflação mundial”, devido à crise imobiliária nos Estados Unidos. Dessa forma, os fundos que estavam em posições compradas, no mercado de café, influenciaram a queda do produto, invertendo posições.
Mas, muitas vezes, os pequenos e médios cafeicultores têm dificuldades de compreenderem que a queda do café na Bolsa de Nova York (ICE Futures), influencia no preço do seu produto aqui no Brasil. Por isso, na Expocaccer, em Patrocínio, Minas Gerais, criou-se um departamento específico para atender os pequenos produtores. Através de palestras e reuniões, por exemplo, a cooperativa mostra aos cafeicultores que, hoje em dia, aqueles que não possuem informações acabam perdendo espaço no mercado.
Conforme Santos, em Patrocínio, o café remanescente está sendo vendido a R$ 250, em média, enquanto o da safra nova está por volta de R$ 245. Mas afirma que na região a colheita está bem atrasada. Em relação às estimativas da safra brasileira para este ano, ele confia mais nos números divulgados pela Conab, que apresentou uma previsão de produção de 45 milhões de sacas de 60 kg, enquanto as especulações internacionais afirmaram que a safra brasileira ficará acima de 50 milhões. Segundo Santos, a Conab é uma instituição séria que realmente visita as fazendas e realiza o levantamento.
Fonte: www.cafeemercado.com.br