O Índice de Preços Recebidos (IPR) pelos agricultores paulistas encerrou a primeira quadrissemana de outubro com alta de 1,56%, ganho de 0,68 ponto percentual em relação ao mês de setembro. Trata-se da maior variação positiva desde a segunda quadrissemana de maio, quando o índice fechou positivo em 2,38%. Apesar da manutenção da tendência de recuperação verificada desde setembro, quando o IPR teve avanço de 0,88%, previsões feitas por pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA) apontam que o índice deve encerrar o mês com alta de 0,5% a 1%.
O pesquisador do IEA, Nelson Martin justifica. “É uma alta importante. No entanto, acredito que ela não deve se sustentar com essa intensidade por dois motivos. Primeiro em virtude do comportamento da paridade entre o real e o dólar. Segundo, a variação dos preços do boi-gordo, que começaram a se recuperar a partir da segunda quinzena de setembro e que agora deverão ser afetados pelo novo foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul”, afirma Martin.
Na primeira quadrissemana de outubro, dos 19 produtos analisados, oito apresentaram valorização no preço: amendoim, banana, cebola, laranja, tomate, boi, ovos e suíno. Oito tiveram reduções nas cotações: arroz, batata, café, feijão, soja, trigo, aves e leite. Já os preços do algodão, cana e milho ficaram estáveis.
Leite despenca
O destaque de alta foi o preço da cebola: 42,86%. A queda mais expressiva foi verificada nas cotações do leite: 13,79%. Segundo análise dos pesquisadores do IEA, o preço do leite apresenta forte recuo desde julho, em virtude do crescimento da produção brasileira e dos efeitos da valorização do real no estímulo às importações, especialmente do Mercosul, e ao desestímulo das exportações do produto. Com isso, atingiu a menor cotação no mês de outubro desde 2003, em torno de R$ 0,50 o litro.