Pêssego é nova opção ao café no noroeste do Estado do Rio de Janeiro

Por: 06/01/2009 14:01:28 - Agrolink

 

06/01/2009 14:01:28 – Agrolink
Dvaliton Pereira Pani, agricultor de Varre-Sai, no noroeste fluminense, formou seu pomar de pêssego de meio hectare em maio de 2007 pensando em ter uma alternativa de renda ao café, cuja colheita na região se realiza em agosto. Em outubro do ano passado, Pani fez a primeira colheita da variedade mais precoce da fruta e, em dezembro, começou a retirar das árvores o tipo mais tardio, conhecido como biuti. Pani transporta a produção até Guaçuí, no Espírito Santo, a 16 quilômetros da propriedade, por estrada de terra. Lá, vende os pêssegos para supermercados.


No total, a família Pani é dona de 16 hectares em Fazenda Providência, zona rural de Varre-Sai. No local, eles criam gado, plantam café, caqui e goiaba, que é transformada em goiabada e vendida em barras de 900 gramas por R$ 6,00 cada uma. A expectativa, agora, é produzir também pessegada.


João Batista Gualtieri é outro cafeicultor do noroeste do Rio – que concentra 65% de todo o café fluminense – que apostou no pêssego. Há um ano ele plantou 400 pessegueiros, cerca de um hectare, em Santa Clara, região alta do município de Porciúncula, vizinho a Varre-Sai. A primeira colheita de Gualtieri está prevista para dezembro de 2009. “Estou otimista demais”.


Gualtieri e Pani acreditam que, a curto prazo, os produtores de pêssego da região devem passar a vender a produção em conjunto, o que lhes dará maior poder de negociação. Existe projeto em Porciúncula para construir uma casa de embalagem das frutas (“packing house”) e uma câmara fria, as quais ficarão a cargo da Cooperativa Regional da Agricultura Familiar (Cooperafa). A cooperativa deverá passar a concentrar a venda do pêssego. Os produtores têm vendido a safra entre R$ 1,80 e R$ 3,40 por quilo para os mercados da capixaba Guaçuí e de Itaperuna, no noroeste do Rio.


Marcos André Dias Jogaib, secretário de Agricultura de Porciúncula, diz que foi a partir da observação de pomares nativos de pêssego em Varre-Sai que decidiu-se montar um programa abrangendo áreas altas (a partir de 600 metros acima do nível do mar) no próprio município e em Bom Jesus do Itabapona, também no noroeste fluminense. Nos três municípios, há 40 produtores envolvidos no programa. Alguns deles já produzem. São municípios em geral de economia rural e com baixo IDH.


A estimativa é que a produção de pêssego no noroeste fluminense tenha alcançado 30 toneladas em 2008. Em 2009, o volume poderá alcançar 300 toneladas, uma vez que mais pomares estarão em produção. O volume geraria uma renda bruta em torno de R$ 600 mil, considerando um preço médio de R$ 2 o quilo.


“O pêssego surgiu para ser uma alternativa de renda aos produtores de café, sobretudo para a agricultura familiar”, diz Jogaib. A produção é crescente do segundo ao quinto ano após o plantio, quando se estabiliza em 21 toneladas por hectare. A produção esperada em 2011, primeiro ano de produção plena do primeiro plantio, é de 1,6 mil toneladas.


Os recursos para o programa do pêssego vêm de convênio com o Ministério da Integração Nacional e a Firjan e superam R$ 1 milhão, segundo Jogaib. Eles permitiram criar um viveiro para produção de mudas e dar atendimento de maquinário ao produtor. Foram comprados tratores, um caminhão e dois veículos. Jogaib afirma que os recursos para a obra do “packing house”, orçada em R$ 300 mil, fazem parte do convênio que instituiu o programa, em 2005.


O Ministério da Integração Nacional liberou R$ 842,1 mil para o programa e a prefeitura de Porciúncula e a Firjan, R$ 205,8 mil, conforme informações do ministério. Em 2008, outros dois projetos, incluindo o “packing house”, foram aprovados para o programa, mas ainda não houve desembolso financeiro. Os recursos não são reembolsáveis. A premissa básica do projeto, segundo o Ministério da Integração Nacional, foi a geração de renda para os agricultores familiares em Bom Jesus do Itabapoana, Porciúncula e Varre-Sai, situados na mesorregião Itabapoana e na região noroeste do Estado.


 

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