PERSPECTIVA CAFÉ 2009 – Carlos Paulino vê dificuldades para 2009

24 de dezembro de 2008 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

 Os produtores de café devem ter mais um ano de dificuldades em 2009. O problema é que os preços recebidos em 2008 não foram suficientes para remunerar o cafeicultor. Os custos de produção subiram, mas as cotações do grão não acompanharam esse aumento na mesma proporção. “O produtor faria caixa para 2009, quando a safra deverá ser baixa, mas os preços do café não reagiram”, diz o presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa.

O custo de produção do café varia de região para região. No entanto, em média, estima-se que o total alcance cerca de R$ 300 a saca de 60 kg. Conforme Paulino da Costa, os preços dos fertilizantes subiram muito, por conta da alta do petróleo. Além disso, a mão-de-obra para colheita, que tem grande participação na formação do custo total de produção, esteve cara e escassa. Assim, com exceção de picos de alta e de baixa sazonais, as cotações do café no mercado interno, em 2008, mantiveram-se praticamente estáveis entre R$ 250/R$ 260 a saca. A crise internacional, cujo momento mais dramático ocorreu em meados de setembro com o pedido de concordata do banco de investimento Lehmann Brothers, foi apenas mais um ingrediente no quadro geral de dificuldade da cafeicultura. Os preços das commodities caíram no mercado internacional, mas o do café até resistiu, em parte porque a cultura já enfrentava baixo preço antes da crise, avalia Paulino da Costa.

Os preços dos fertilizantes retrocederam depois da crise, acompanhando a baixa do petróleo. As compras do produto, no entanto, são limitadas diante do cenário de incertezas.

Paulino da Costa considera que existem propostas de medidas de apoio à cafeicultura, as quais devem ter como sustentação a redução da oferta e estímulo a uma alta de preço. A principal delas é a realização de leilões de opção de venda ao Governo. A proposta já foi aprovada pelo Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC), mas precisa ser referendada pela área econômica do Governo. Em linhas gerais, seriam necessários recursos da ordem de R$ 1 bilhão, para retirar do mercado cerca de 3 milhões de sacas de café.

Outra medida em estudo é a conversão da dívida dos cafeicultores com pagamento em produto. A idéia é que os produtores destinem 5% da produção anual para o pagamento da dívida calculada até 31 de dezembro deste ano, e o restante seja liquidado de acordo com o valor da dívida e do volume de café colhido mantendo a relação de 5% da produção. A dívida está estimada em R$ 2 bilhões.

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