Pequenos produtores apostam na diversidade

O guaraná orgânico é plantado em muitas propriedades de Estrela do Sul

17 de outubro de 2005 | Sem comentários Café Orgânico Produção
Por: Gazeta Digital / Rita Comini De Alta Floresta

 















Café, guaraná, pupunha, milho, cana-de-açúcar, mel, leite e agora açúcar mascavo. Tudo isso é produzido pelos pequenos agricultores da comunidade Estrela do Sul, a 27 quilômetros do centro urbano de Alta Floresta (765 km ao norte de Cuiabá). Eles apostam na diversidade produtiva para desenvolver de forma sustentável do ponto de vista econômico e também ambiental. Para tanto, optaram pela produção orgânica muitos estão em processo de transição -, pelo plantio consorciado e pelo gerenciamento das propriedades em forma de cadeia com aproveitamento de todos os resíduos e uma grande preocupação com o meio ambiente, refletida nos filhos, que iniciaram um trabalho de produção de mudas para reflorestamento das matas ciliares.


Gilmar Ângelo Fiamette é um destes produtores. Há 12 anos na comunidade, ele tem uma propriedade de 25 hectares, onde cultiva guaraná, café, produz leite e mel nas 12 colméias que mantém. Dos dois mil pés de guaraná, cuja colheita acontece até o fim de novembro, ele deverá colher dois mil quilos de grãos. Na safra passada, o produto foi todo vendido em Cuiabá a R$ 5,00 o quilo do guaraná branco mais beneficiado e R$ 3,00 o quilo do vermelho.


A safra passada de café, colhido nos cinco mil pés da propriedade, foi de quatro mil quilos, vendidos na Cooperativa Ouro Verde. Segundo Fiamette, uma cultura vai compensando a outra.


Em sua propriedade de 25 hectares, Lino do Rosário Lopes, de 46 anos, produz café, milho, leite e cana-de-açúcar. Na safra de 2004, produziu dois mil quilos de café, colhidos em 2.500 pés. A produção diária de leite gira em torno de 50 litros, comercializados a R$ 0,28 centavos, preço considerado baixo pelo produtor. “Precisamos vender 4 litros de leite para comprar uma dose de cachaça”, constata, acrescentando que é preciso apostar em novas iniciativas. “A gente tem que ter alternativas para que nossos filhos permaneçam na roca. Hoje, eles tiram a oitava série e vão para a cidade trabalhar e ganhar salário mínimo”, relata.


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