Papa-galhos e café duto ajudam na produção de café em Minas Gerais.

Por: Globo Rural

22/07/2009 – Num período em que muitos cafeicultores querem reduzir os custos de produção, duas boas ideias podem ser encontradas em lavouras de Ouro Fino, no sul de Minas Gerais. Eles utilizam a máquina chamada de “papa-galhos” e o café duto.


Os cafezais da família Romero ficam em áreas montanhosas, a 1,2 mil metros de altitude. Transportar os grãos colhidos até a parte mais baixa da fazenda era uma dificuldade. O sistema de dutos, criado pelo pai de José Peres Romero, há 31 anos, resolveu o problema.


Depois de colhidos, os grãos passam por um tanque no qual vão sendo lavados e transportados. O percurso é de 1,6 mil metros. Em dez minutos, o café chega a outro tanque, pronto para a separação. Os grãos secos, conhecidos como café boia, são mais leves e caem direto em um recipiente. Já os verdes e maduros precisam passar pelo separador. Com um sistema chamado de café duto, o custo de produção caiu 20%.


“A economia e muita agilidade em todo nosso processamento. Tem um custo inicial, mas ao longo dos anos é compensado e amortizado no processo”, disse o agricultor José Peres Romero.


Outro exemplo de como diminuir os custos na lavoura vem de outra fazenda de Ouro Fino. Uma família de produtores desenvolveu uma máquina que separa os ramos dos grãos de café.


O processo começa com o esqueletamento. Os ramos com grãos são recolhidos e levados para o equipamento. As peneiras fazem a separação. Os galhos são ainda triturados e viram adultos. O esqueletamento é feito entre 15 e 20 centímetros do tronco. Somente parte do café fica no pé para ser colhido depois. Em épocas de colheita, o agricultor Francisco dos Reis não precisa mais do que 14 pessoas para fazer o trabalho em 50 hectares.


A maquina custa R$ 40 mil. O investimento, segundo os inventores, é pago com a colheita em 20 hectares. “A gente brinca que está matando dois coelhos numa paulada. O esqueletamento, que ele faria depois da colheita, ele faz os dois ao mesmo tempo”, disse Mário Jorge Botelho, agrônomo da Emater.


A invenção facilitou e muito o serviço do trabalhador rural Carlos Henrique Demira, sem falar no aumento da produtividade. A máquina de corte dos galhos foi patenteada pelo dono da fazenda.

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