OIC admiti que a crise global pode desacelerar o consumo de café

Por: DCI

AGRONEGÓCIOS
23/03/2009 
 
LONDRES – O diretor executivo da Organização Internacional de Café (OIC), Néstor Osorio, admitiu que a crise global pode desacelerar o consumo de café. Até então, a avaliação era a de que os problemas econômicos não teriam efeito sobre o produto, protegido pelo fato de pesar pouco nos gastos dos consumidores. Segundo Osorio, existe a possibilidade de o crescimento do consumo de café recuar este ano para 1,5% ante 2,5% apresentados anteriormente. Ele reiterou que, por enquanto, não foi verificado um efeito específico. Mas, durante as discussões na 102ª reunião anual da OIC, realizada durante esta semana, surgiram avaliações de que o segmento de cafés mais caros pode ser afetado se os consumidores passarem a gastar menos nas cafeterias.

Em compensação, o varejo está reagindo agressivamente com promoções. “Os cenários estão mudando a cada dia, é preciso avaliar”, disse. Mesmo se a desaceleração do consumo de café se efetivar, está mantida a previsão de déficit na relação entre oferta e demanda do setor, o que tende a sustentar o preço. “Não será um déficit crítico, deve ficar entre 3 milhões e 6 milhões de sacas, mas o mercado ficará apertado.” Osorio lembrou que as chuvas excessivas estão prejudicando a produção da Colômbia. Além disso, a colheita do Brasil recuará para cerca de 38 milhões de sacas este ano, o que representa uma queda de 20%, em relação à safra passada.


Financiamento

Outra questão importante é a dificuldade de financiamento enfrentada pelos produtores diante da crise de liquidez internacional. “Essa é uma das principais razões que impedem o aumento da produção”, disse Osorio. Segundo ele, os governos têm atuado para financiar os produtores, já que os bancos estão apertados. Com a crise, o setor também pode presenciar mudanças na quantidade de mão de obra. Osorio disse que os países da América Latina estão constatando a volta de trabalhadores que deixaram a produção de café entre 2003 e 2004 para migrar para os Estados Unidos. Agora, com a recessão norte-americana, essas pessoas começam a retornar. “Há dois anos, a falta de pessoal era uma preocupação para o setor”, lembrou.

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