O gigante chinês

22 de janeiro de 2007 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: 21/01/2007 14:01:49 - Comercio de Jau

A capital do calçado feminino quer novamente ganhar força e registrar saltos na produção e exportação, como ocorreu em 2004, quando a venda de sapatos para o exterior havia aumentado 30%.


O ano de 2007 começa com expectativa para os calçadistas de Jaú, principalmente depois do encerramento da Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro (Couromoda), que é termômetro das vendas para os próximos meses. O setor espera se recuperar do último ano, que não deixou saudade nem para os empresários nem para os empregados nas indústrias.


Levantamento de 2006 aponta que mais de duas mil pessoas foram demitidas das fábricas em Jaú. A tormenta é explicada pela entrada do calçado chinês, de forma crescente, no mercado brasileiro. Os pólos do setor deixam de exportar e o excedente circula com intensidade na esfera nacional. Dessa forma, há rebaixamento de valores e guerra de preços. A conseqüência direta é diminuição da produção e corte de pessoal.


Em Jaú, além dos empregados na indústria calçadista, os que dependem indiretamente de resultados positivos do setor também sentem esses efeitos. Bancas, curtumes e fornecedores de materiais, como fivelas, acabam por registrar dificuldades se as fábricas têm queda na produção. A bola de neve cresce e acaba por solapar a economia, o dinheiro deixa de circular e comércio e prestadores de serviço da cidade amargam prejuízos.


Já há algum tempo, o setor vem pedindo mais atenção para o governo federal. Os calçadistas vêem os chineses como o grande obstáculo para a indústria nacional. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) mostram que a China tem 18 mil fábricas que produzem 50% dos sapatos que o mundo consome, o que representa nove mil pares. Em 2005, os chineses exportaram a quantia de US$ 18,4 bilhões para os Estados Unidos, União Européia e Japão.


Além do gigante chinês, segundo a Abicalçados, há a Itália. E os dois países contam com planos governamentais para o setor de calçados. A falta de incentivo do governo federal no Brasil também faz parte da pauta de reivindicação dos fabricantes no País.


Em Jaú, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico informou, em novembro de 2006, que o Município tem ações para fortalecer a economia e a identidade da cidade como pólo produtor de calçado. A administração cita investimentos em distritos industriais e apoio à participação da indústria local em eventos, além de incentivo para a instalação de empresas.


Porém, os calçadistas pedem aos governos que voltem mais os olhos ao setor. A contrapartida da indústria também precisa ser clara. Investimento em produtos com maior valor agregado, mais qualidade e mais conforto. Para competir com a concorrência também é preciso qualificar a mão-de-obra e se firmar como centro de tendência da moda.


A grande meta para uma cidade é permitir que não só um setor tenha perspectiva de crescimento. O incentivo deve se disseminar para todas as áreas que permitam o desenvolvimento. Dessa forma, a cidade não fica dependente de um único setor, como já aconteceu com o café e a cana.
 
 
 

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