O cafezinho não é mais o mesmo: agora ele ajuda a natureza e o trabalhador

12 de setembro de 2007 | Sem comentários Produção Sustentabilidade

Desde que a infusão dos frutos do cafeeiro foi descoberta no século IX, na Etiópia, o café entrou para a história da humanidade como estimulante, commodite agrícola, bebida digestiva, gênero para degustação … Uma das mais recentes etapas dessa história de cultivo e consumo do café diz respeito à sua relação com o meio ambiente.


A exemplo das monoculturas agrícolas de larga escala, a produção do café significou durante muito tempo a supressão de vastas áreas de ecossistemas naturais, como na Mata Atlântica, e a exploração de mão-de-obra rural. Mas a crise ambiental pela qual passa o planeta e o aumento da consciência do público em geral trouxe a demanda de um cultivo que fosse sinônimo de sustentabilidade socioambiental.


Como alcançar essa sustentabilidade? Com proteção e recuperação de áreas de vegetação nativa, da vida silvestre e dos recursos hídricos. Uso reduzido de agrotóxicos, bom manejo e conservação do solo e gerenciamento integrado de resíduos. Tratamento justo aos trabalhadores nos mais diversos aspectos (remuneração, acomodações, condições sanitárias, ausência de discriminação e trabalho infantil ou forçado, assistência às famílias e oportunidades de emprego e educação) e boas condições de trabalho, incluindo saúde e segurança ocupacional.


E como garantir que esses e outros critérios sejam implementados de fato na prática? A palavra-chave é certificação. Isto é, um selo que sinaliza para o consumidor que determinado café é produzido, protegendo a natureza, melhorando a qualidade de vida dos trabalhadores rurais e promovendo o desenvolvimento econômico das regiões onde a agricultura sustentável é realizada.


No continente americano, este selo recebe o nome de Rainforest Alliance Certified e é conferido pela Rede de Agricultura Sustentável (RAS). As oito organizações de conservação ambiental que integram a RAS acompanham em diferentes países todas as etapas de produção do café para atestar sua sustentabilidade socioambiental.


O Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) é o representante da rede no Brasil. Sua missão com o café teve início em 2003 e, atualmente, já contabiliza 29 empreendimentos certificados. Todo esse trabalho para enraizar um novo modo de produção agrícola no país, que garanta no cafezinho do dia-a-dia, nas bebidas mais refinadas, feitas com os melhores blends, ou nos diferentes tipos de café vendidos em grandes redes um produto proveniente de ótimas condições ambientais, sociais e econômicas.

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