A cultura do café chegou ao Paraná no início do século XX. Seu crescimento foi lento até 1945, em conseqüência das duas guerras mundiais e também da quebra da bolsa de Nova York, em 1929, quando, em função dos grandes estoques, a forte crise econômica mundial e os baixos preços do produto, milhões de sacas tiveram que ser queimadas.
Foi na década de 50 e início de 60 que a cafeicultura teve sua fase de maior expansão no Estado, quando a área chegou a quintuplicar, passando dos quase 300 mil hectares, em 1951, para 1,6 milhão de hectares em 1962. Devido a redução dos estoques mundiais, os preços internacionais naquele período foram muito favoráveis, incentivando o aumento do plantio de café no Estado.
Na safra 1961/62, o Paraná atingiu o seu apogeu, quando colheu cerca de 21,3 milhões de sacas de 60 kg, 28% da safra mundial, a qual situou-se em 76 milhões de sacas de 60 kg.
Esta expansão da cultura, além do estímulo por preços compensadores, quando a saca chegou a ser cotada a US$ 600/60 kg na Bolsa de Nova York, em 1954, foi favorecida pela alta fertilidade das terras paranaenses, apesar das geadas ocasionais.
Por um longo período, o café foi o principal gerador de riquezas para o Estado, propiciando a fixação do trabalhador no meio rural, além de contribuir para coroar com êxito o modelo de colonização, tornando as pequenas e médias propriedades economicamente viáveis, numa época de poucas alternativas agrícolas.
No período de 1959 a 1962, o excesso de oferta, com três grandes safras no Paraná e no Brasil, contribuiu para que os estoques se elevassem e os preços caíssem. O excesso de produção, no Brasil e no mundo, fez com que o governo interviesse, por meio de programas de erradicações para reduzir a produção nacional, para manutenção dos preços no mercado internacional.
A partir de 1975, com a ocorrência da geada que dizimou os cafezais do Estado, a agricultura paranaense entrou numa nova fase, com a substituição da cultura do café pelas culturas de soja e trigo.
Uma nova cafeicultura passou a ser preconizada, com o uso intensivo de insumos, erradicação dos cafezais improdutivos e variedades mais produtivas, com objetivo era aumentar a produtividade.
Na década de 70, o Estado de Minas Gerais destacou-se na produção de café, com o Paraná e São Paulo reduzindo suas participações, em contrapartida Espírito Santo, Bahia e Rondônia começam a ter a produção incrementada. Nos anos 80 se observa, efetivamente, grandes avanços na cafeicultura brasileira e paranaense, que passa a se basear no maior uso de tecnologia, produtividade mais elevada, plantio de café no cerrado brasileiro, sistema de plantio adensado, cuidados na colheita e no beneficiamento, qualidade da bebida, entre outros.
As três principais dificuldades que os cafeicultores enfrentaram na década de 90 foram os preços baixos, as geadas em 1994 e custos elevados de produção. Esse conjunto de fatores provocou a descapitalização dos cafeicultores brasileiros e paranaenses.
O Acordo Internacional do Café, assinado em 1959, que regulava a oferta e preços do café foi “quebrado” em 1989, e com a livre concorrência, os preços despencaram, que culminou, em agosto de 1992, com o menor preço histórico do café.