O café no Brasil

A França e a Holanda ficaram, como os Árabes anteriormente, preocupados em manter o monopólio sobre o cultivo de café. Mas, em 1727 o governador do Maranhão e Pará João Maia da Gama incumbiu o Sargento-Mor Francisco de Melo Palheta a pretexto de mediar oficialmente uma disputa de fronteira entre a França e Holanda na Guiana Francesa, contrabandear para o Brasil sementes de café para serem reproduzidas em larga escala. Com a ajuda da esposa do Governador, Madame Dorveliers, conseguiu seu objetivo. Na sua despedida foi promovido um jantar oficial em sua homenagem e sua suposta “amante” deu-lhe de presente como símbolo de sua afeição um buquê de flores que continha escondidas várias férteis sementes de café. E foi através dessa passagem na história que o maior império do café com a maior produção mundial de café emergiu.


 


 








As primeiras sementes e mudas introduzidas por Palheta foram plantadas em Belém do Pará, em seguida o café foi plantado no Maranhão e daí se irradiou, em pequenas plantações, nos Estados vizinhos, tendo atingido no período de 1743-50 o Ceará, Pernambuco e Bahia.
Escravos na fazenda de café

Em 1760 veio do Maranhão para o Rio de Janeiro, daí expandindo-se pelos contra-fortes da Serra do Mar, atingindo em 1780/90 o Vale do Paraíba, primeiro na parte fluminense, depois na parte paulista e no Sul de Minas. Em meados do século XIX, ocuparam as terras das antigas lavouras de cana-de-açúcar e algodão e avançaram para oeste de São Paulo, onde encontraram condições favoráveis de clima e solo. O café estendeu-se, derrubando a mata, abrindo estradas, fixando povoações e criando riquezas, com a exploração do solo virgem, rico em nutrientes e de mão-de-obra escrava a baixo custo.


As colheitas brasileiras tornaram-se monstruosas e o café deixou de ser uma bebida da elite para uma bebida do dia a dia, acessível à população. No início do século XX, os cafezais cobriam extensa faixa que vai do Paraná ao Espírito Santo.


A cafeicultura despontou entre as monoculturas exportadoras, desbancando a cana-de-açúcar e iniciando o ciclo econômico que foi sem dúvida a mola propulsora da urbanização e industrialização do país. Nas primeiras cinco décadas deste século o Brasil reinou no cenário mundial, respondendo, em média, por 70% da produção mundial de café.


Participação brasileira na produção mundial de café – 1900 a 1999 (em mil sc 60 kg)













Período Mundo Brasil Participação (%)
1900
1910
1920
1930
1940
1950
1960-69
1970-79
1980-89
1990/99
15.100
14.350
20.290
25.230
26.500
31.300
67.585
72.317
90.724
97.495
12.069
10.653
17.116
17.652
15.797
16.754
25.370
19.370
26.515
26.361
80
74
84
70
60
54
38
27
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O café no Brasil

 A entrada do café no Brasil aconteceu em 1727, pelo oficial português Francisco de Mello Palheta. Ele foi enviado à Guiana Francesa pelo governador do Pará, João da Maia da Gama, para resolver problemas de fronteira, mas também para trazer sementes do fruto que tinha grande valor comercial. Assim, mudas e sementes de café foram plantadas no Pará e dali, espalhou-se o cultivo para outros Estados, como Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais (ainda hoje onde há uma das principais culturas) e São Paulo, que no final do século XIX e início do século XX, ficou conhecida como a “capital do café”.

Com o declínio das reservas de ouro em Minas Gerais e das crises internacionais do mercado de açúcar, vivemos o ciclo econômico do café no Brasil. O produto passou a ter influência também na política do País, com a alternância de poder entre São Paulo e Minas Gerais (notabilizada pela criação de gado leiteiro), que ficou conhecida como “política do café-com-leite”.
Até os escravos ajudaram a fazer a história do café no Brasil porque foram os primeiros a trabalhar nas grandes lavouras do Rio, Minas e parte do Estado de São Paulo.

Mas a expansão do cultivo coincidiu com a época da abolição, o que causou preocupações nos fazendeiros de café. Em troca do apoio à campanha abolicionista, eles exigiram o incentivo do governo à vinda de imigrantes europeus para o País para trabalhar na lavoura, como alemães e italianos. Hoje, o café é produzido no País principalmente nas cidades de Espírito Santo do Pinhal, Franca e Garça (SP), Guaxupé e Patrocínio (MG), Barreiras (BA), Jaguaré e São Gabriel da Palha (ES), Londrina (PR) e Vilhena (RO).

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O café no Brasil

O café no Brasil

A França e a Holanda ficaram, como os Árabes anteriormente, preocupados em manter o monopólio sobre o cultivo de café. Mas, em 1727 o governador do Maranhão e Pará João Maia da Gama incumbiu o Sargento-Mor Francisco de Melo Palheta a pretexto de mediar oficialmente uma disputa de fronteira entre a França e Holanda na Guiana Francesa, contrabandear para o Brasil sementes de café para serem reproduzidas em larga escala. Com a ajuda da esposa do Governador, Madame Dorveliers, conseguiu seu objetivo. Na sua despedida foi promovido um jantar oficial em sua homenagem e sua suposta “amante” deu-lhe de presente como símbolo de sua afeição um buquê de flores que continha escondidas várias férteis sementes de café. E foi através dessa passagem na história que o maior império do café com a maior produção mundial de café emergiu.








As primeiras sementes e mudas introduzidas por Palheta foram plantadas em Belém do Pará, em seguida o café foi plantado no Maranhão e daí se irradiou, em pequenas plantações, nos Estados vizinhos, tendo atingido no período de 1743-50 o Ceará, Pernambuco e Bahia.
Escravos na fazenda de café

Em 1760 veio do Maranhão para o Rio de Janeiro, daí expandindo-se pelos contra-fortes da Serra do Mar, atingindo em 1780/90 o Vale do Paraíba, primeiro na parte fluminense, depois na parte paulista e no Sul de Minas. Em meados do século XIX, ocuparam as terras das antigas lavouras de cana-de-açúcar e algodão e avançaram para oeste de São Paulo, onde encontraram condições favoráveis de clima e solo. O café estendeu-se, derrubando a mata, abrindo estradas, fixando povoações e criando riquezas, com a exploração do solo virgem, rico em nutrientes e de mão-de-obra escrava a baixo custo.


As colheitas brasileiras tornaram-se monstruosas e o café deixou de ser uma bebida da elite para uma bebida do dia a dia, acessível à população. No início do século XX, os cafezais cobriam extensa faixa que vai do Paraná ao Espírito Santo.


A cafeicultura despontou entre as monoculturas exportadoras, desbancando a cana-de-açúcar e iniciando o ciclo econômico que foi sem dúvida a mola propulsora da urbanização e industrialização do país. Nas primeiras cinco décadas deste século o Brasil reinou no cenário mundial, respondendo, em média, por 70% da produção mundial de café.


Participação brasileira na produção mundial de café – 1900 a 1999 (em mil sc 60 kg)













Período Mundo Brasil Participação (%)
1900
1910
1920
1930
1940
1950
1960-69
1970-79
1980-89
1990/99
15.100
14.350
20.290
25.230
26.500
31.300
67.585
72.317
90.724
97.495
12.069
10.653
17.116
17.652
15.797
16.754
25.370
19.370
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