22/12/2006 07:12:55 –
Produto da Bahia ganha concurso nacional
Mônica Bichara
O café especial produzido na região da Chapada Diamantina provou que é o melhor do Brasil. A Fazenda Divino Espírito Santo, do município de Piatã, com apenas seis hectares plantados, foi a grande vencedora da terceira edição do Concurso Nacional de Qualidade do café, promovido pela Associação Brasileira da Indústria do café (Abic). Entre os prêmios, os produtores Michael Freitas e Nelson Jones conseguiram vender a saca do café vencedor, no leilão realizado no evento, pelo valor de 14 sacas no mercado convencional, R$4.430.
O valor arrecadado, segundo Freitas, será investido na melhoria da tecnologia para secagem, uma vez que a região tem como característica o frio e chuvas abundantes. Aliás, ele credita justamente aos investimentos que já fez nesse setor a conquista do primeiro lugar no concurso – em 2004 ficou em segundo lugar e no ano passado sequer foi classificado. O grande diferencial, segundo Michael Freitas, foi a utilização do secador “Burareiro” e a instalação de um terreiro de estufa, forrado com filme apropriado. “Com isso conseguimos chegar ao ponto ideal de fermentação, que é a característica principal do café de qualidade”, explica.
A meta do produtor é incrementar a produção, que este ano não passou de 300 sacas, para mil sacas até 2009. A fazenda Divino Espírito Santos emprega apenas dois funcionários fixos, mas nas épocas de colheita chega a contar com mais de 100 trabalhadores temporários.
A Bahia conquistou, também, a quinta colocação no concurso, na categoria cafés naturais, com a Fazenda Brejos do Aguiar, do município de Ibicoara. Os produtores baianos contam com o apoio do Programa café, , implantado pela Secretaria da Agricultura (Seagri), através da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Segundo o coordenador do programa, o pesquisador Ramiro Amaral, o café tipo “cereja descascado”, base dos cafés finos, é o que vem se destacando na região da Chapada Diamantina, pela alta produtividade.
A utilização do secador Burareiro na preparação de todos os lotes dos cafés premiados mostrou, ainda segundo Amaral, que esta tecnologia é adequada para os pequenos produtores, por ser rústica e não exigir energia elétrica nas propriedades – o funcionamento é à lenha.
O 3º Concurso Nacional de Qualidade do café foi realizado no final de novembro no Espírito Santo, durante o 14º Encontro da Indústria Brasileira de café (Encafé). No leilão promovido no evento, parte do lote vencedor foi arrematado por um consórcio formado por três indústrias de processamento.