NY aprova entrega de café do Brasil contra contrato \”C\”

9 de dezembro de 2010 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Reuters/Brasil

09/12/2010 

Por Marcy Nicholson e Roberto Samora


NOVA YORK/SÃO PAULO (Reuters) – A ICE Futures US anunciou nesta quinta-feira a aprovação das entregas de café arábica do Brasil contra o contrato \”C\” da bolsa de Nova York, uma decisão há tempos esperada por produtores brasileiros.


As entregas do café do Brasil começarão a ser efetivadas com o contrato março de 2013.


Segundo decisão do conselho da ICE, o café com origem no Brasil terá um desconto, se entregue na bolsa, de 9 centavos de dólar, o que representa hoje 4,4 por cento do valor do primeiro contrato negociado.


\”É uma boa notícia… Mas o desconto deveria ser alguma coisa entre 4 e 5 centavos\”, disse o diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), Guilherme Braga.


Braga lembrou, entretanto, que é normal que a commodity tenha um desconto quando começa a ser negociada na bolsa.


\”E a medida que vai passando o tempo, a diferença vai encurtando. Mesmo assim, 9 centavos está muito alto, tinha que ser um desconto menor\”, declarou.


Ele ressaltou que o mercado irá ajustar esse desconto.


\”O mercado vai se encarregar de corrigir, isso não me preocupa muito neste momento\”, declarou, acrescentando que essa condição não conseguiria atrair negócios do café brasileiro, se o contrato já estivesse na bolsa.


\”Mas o importante é que houve a inclusão do café brasileiro.\”


A ICE atualmente permite entregas de cafés de 19 países, mas o do Brasil, o maior produtor e exportador mundial, não estava autorizado.


A bolsa havia avaliado a adição do café brasileiro por três vezes desde 1999.


O diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Robério Silva, saudou a decisão.


\”Será bom para os produtores brasileiros porque isso significará mais liquidez no mercado de café lavado do Brasil\”, declarou ele.


\”Essa medida atende a um desejo longamente esperado pelo setor de café e pelo governo brasileiro, o Brasil sempre quis isso\”, declarou ele, lembrando que o país está melhorando a qualidade de seu produto com o objetivo de atender a um mercado altamente demandante.


Quando a bolsa passou a analisar a possibilidade de o café brasileiro ser entregue, houve protestos de produtores como aqueles da Colômbia, o principal produtor de café lavado de alta qualidade.


Representantes do setor de café da Colômbia, por exemplo, eram contra entregas do café brasileiro por acreditarem que os grãos do Brasil reduziriam a efetividade do contrato como ferramenta de hedge.


O contrato \”C\” é uma referência global para arábicas lavados.


Do total que o Brasil produziu em 2010/11, pouco mais de 10 por cento foi de café lavado ou semi-lavado, a qualidade recomendada para poder ser entregue na bolsa.


A safra brasileira 10/11 está oficialmente estimada em 47,2 milhões de saca de 60 kg.


(Com reportagem adicional de Peter Murphy em Brasília)

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