Nathan Herszkowicz: Café brasileiro nos 4 cantos do mundo

Nesta entrevista, o presidente executivo do Sindicafé, presidente da Câmara Setorial de Café e diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Nathan Herszkowicz, conta como ocorreu a evolução do café industrializado brasileiro, es

22 de dezembro de 2005 | Sem comentários Entrevistas Mais Café
Por: Global21

Entrevistas

 

Nesta entrevista, o presidente executivo do Sindicafé, presidente da Câmara Setorial de Café e diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Nathan Herszkowicz, conta como ocorreu a evolução do café industrializado brasileiro, especialmente a de café solúvel, que atualmente exporta US$ 280 milhões por ano. Trata-se de mais um nicho sendo explorado pelo setor, que hoje não é tido tão somente como uma commoditie, mas como um produto de valor agregado que auxilia na pauta exportadora. Os números do café são otimistas, sendo que em 2005 serão exportados US$ 15 milhões, um valor 90% superior ao total alcançado em 2004. Herszkowicz, de 55 anos, também revela sobre as estratégias de promoção comercial, o crescimento dos cafés gourmet nos mercados interno e externo e expectativas para 2006. Boa leitura.

Global21 – Mais do que aumentar o volume das exportações de café, o Brasil necessita agregar mais valor à produção exportável. Esse potencial está sendo bem explorado atualmente? Já podemos afirmar que o café está deixando de ser uma commoditie?
Nathan Herszkowicz:
A exportação de café industrializado no Brasil ocorre desde o início dos anos 60, com a exportação de café solúvel. Hoje, este setor exporta cerca de US$ 280 milhões anuais. Entretanto, a exportação de café torrado e moído, que tem apoio da APEX BRASIL, Sindicafé-SP e ABIC, só começou a acontecer nos últimos três anos, sendo uma atividade muito recente. Em 2005, vamos exportar US$ 15 milhões, que é 90% superior ao total alcançado em 2004, e isso é animador! A nossa visão, é que vamos continuar a ampliar a exportação de café em grão verde, e não há nada de mal nisto, pois gera divisas e consolida a nossa liderança. O café torrado e moído vem para complementar e ampliar a nossa pauta exportadora do café.

Global21 – Qual a estratégia de marketing que a ABIC vem utilizando para ampliar suas ações de exportar e sair “em busca do tempo perdido” com cafés industrializados?
Nathan Herszkowicz:
A estratégia está centrada no Programa Setorial Integrado – PSI, da APEX BRASIL, em convênio com o Sindicafé-SP, que pode ser apreciado no site www.cafesdobrasil.com.br. Ele prevê ações de promoção comercial, participação em feiras mundiais de alimentos e bebidas, missões comerciais e criação/produção de materiais publicitários informativos sobre as características e a qualidade dos Cafés do Brasil.

Global21 – O café do requintado segmento goumert é um nicho ou uma tendência do mercado mundial? E no Brasil, como este segmento se posiciona?
Nathan Herszkowicz:
Os cafés gourmet já são uma parcela significativa do mercado mundial e brasileiro. Eles têm sido os responsáveis pela ampliação do consumo de café, a captação de novos consumidores, a evolução do hábito do consumo do café por prazer, tanto no lar quanto em restaurantes, casas de café e no trabalho. No Brasil, o segmento de gourmet está passando por um verdadeiro “boom”, com demanda crescendo mais de 20% ao ano, sendo que grandes redes varejistas, como o Pão de Açúcar, modernizaram o seu conceito e o posicionamento da categoria café em seus estabelecimentos, para atender aos desejos expressos pelos consumidores. O grupo vem tendo muito sucesso com esta iniciativa, que é inteiramente apoiada pela ABIC.

Global21 – As certificações, garantia de procedência, Selo de Pureza, etc, representam um efetivo ganho de capacitação competitiva para a inserção internacional do café brasileiro?

Nathan Herszkowicz:
Sem dúvida. O mercado internacional, especialmente o europeu, o americano e o japonês, valorizam as certificações e demandam cada vez mais produtos. Marcas brasileiras que apresentam certificações reconhecidas externamente têm tido sucesso nos mercados onde atuam.

Global21 – Quais as sugestões para os cafeicultores mais conservadores, que resistem as novas tendências de industrializar o café e permanecem exportando o nosso bom e velho café verde?
Nathan Herszkowicz:
As duas coisas não se excluem. Elas se complementam. Temos que avançar nas duas direções, isto é, continuar ganhando market share no “bom e velho” café verde, mas avançar rapidamente na oferta de cafés industrializados.

Global21 – Como foram as exportações do setor em 2005? Quais as expectativas para 2006?
Nathan Herszkowicz:
Em 2005, o café alcançou 7% na pauta da exportação do agronegócio, enquanto não passava de 2,5% nos anos anteriores. Isto se deve à recuperação dos preços e ao aumento dos volumes vendidos. Alcançaremos US$ 3,0 bilhões em 2005, contra US2,4 bilhões em 2004. No caso do café torrado/moído, venderemos US$ 15 milhões, contra US$ 8,8 milhões em 2004. Para 2006, as exportações do café verde podem aumentar mais 10% e as de torrado/moído podem ser ampliadas em 30%.


Fonte: http://www.global21.com.br

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