Mercado interno eleva participação no consumo de cafés de qualidade

Por: Folha de São Paulo

15/03/2013 
  
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br


Uma das discussões atuais no setor de café é se o brasileiro continua tomando uma bebida de baixa qualidade, enquanto o produto de melhor qualidade é exportado.


É difícil quantificar em números, mas essa discussão começa a ficar para trás, segundo produtores, exportadores e indústria.


O produtor João Araújo diz que, mesmo sem estatísticas regulares, pode-se prever consumo próximo de 5 milhões de sacas de cafés finos.


O consumo interno cresce mais exatamente onde a bebida exige qualidade: restaurantes, escritórios, cafeterias, máquinas de casa e até algumas redes de supermercados.


Silvio Leite, da Agricafé, diz que os melhores cafés começam também a ficar no país. O consumidor nacional está adquirindo uma percepção sensorial e leva cada vez mais cafés melhores para casa.


Guilherme Braga, do Cecafé (entidade que congrega os exportadores), diz que boa parte do café que fica no país não difere do exportado. O volume de café de boa qualidade produzido pelo Brasil cresce e abastece também o mercado interno.


Nathan Herskowicz, diretor-executivo da Abic (associação das indústrias), diz que antes dos anos 2000 não existiam cafés gourmet. Hoje são 118 marcas que, compulsoriamente, se submetem à certificação e ao monitoramento do controle de qualidade da Abic.


Está ocorrendo nos últimos anos uma ascensão do consumidor para café com melhor qualidade.


Ele adverte, no entanto, que pelo menos 10% do produto colocado no mercado ainda é de baixa qualidade.


Desafios A pecuária brasileira tem ainda um longo caminho a percorrer. Um dos desafios é superar a baixa adoção de orientação técnica. Sem isso, fica difícil a evolução na redução de custos e aumento de produtividade.


Planejamento A recomendação é do professor Adílson Aguiar, especialista no setor. Ele aponta, ainda, a falta de adoção de planejamento de médio e de longo prazos.


Controles Aguiar, que participou ontem da Feicorte de Cuiabá, diz que os pecuaristas, de uma forma geral, têm uma baixa adoção de gestão de índices zootécnicos, de custos e de resultados econômicos da atividade.


Produtor baiano tem queda de safra e redução de preço
A forte seca que afeta a Bahia começa a provocar efeitos na produtividade. Entre os produtores prejudicados estão os do café. Além da perda de produtividade, eles enfrentam um mercado com forte redução nos preços neste início de ano.


A seca já comprometeu parte da produção brasileira deste ano e deverá ter efeitos negativos também sobre a produção da próxima safra.


O que mais amedronta os produtores é que as chuvas ocorrem de novembro a março no semiárido. Se elas não ocorrerem nos poucos dias deste mês, só no final do ano novamente.


A chuva vinda a partir de abril é em volumes pequenos e não será suficiente para cobrir as necessidades das plantas, segundo os produtores.

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