Mapa libera pacote de ajuda para contornar crise na cafeicultura

Por: Gazeta Mercantil

FINANÇAS E MERCADOS
26/05/2009 
  
Roberto Tenório
 
São Paulo, 26 de Maio de 2009 – O Ministério da Agricultura (Mapa) vai colocar à disposição dos cafeicultores nos próximos dias um pacote de ajuda para facilitar o acesso ao crédito e melhorar a rentabilidade dos produtores. Entre as medidas estão a liberação do voto agrícola para redução inédita dos juros de financiamento via Funcafé de 7,5% para 6,75% ao ano e o leilão de opções para compra de 3 milhões de sacas, com preço inicial de R$ 303,50 para cada saca. Dessa maneira, caso todas as opções sejam exercidas, o Mapa poderá desembolsar R$ 1 bilhão em recursos. O subsídio foi autorizado na última quinta-feira pelo Ministro Reinhold Stephanes, por meio da assinatura de uma portaria inter-ministerial, e anunciado oficialmente durante a terceira edição do Fórum Coffee Dinner, organizado pelo Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).


No total, serão realizados 4 leilões para o café arábica do tipo 6, bebida dura, entre os meses de novembro, janeiro, fevereiro e março. Neste último caso, o valor pago pela saca chegará a R$ 314,40. O volume das compras será limitado a 400 sacas por produtor ( pessoa física ou jurídica), com o fornecimento de sacaria e transporte, divididos em 1 milhão de sacas para novembro, 800 mil sacas para janeiro, 700 mil sacas para fevereiro e 500 mil sacas para março. Caso essas medidas não provoquem reação no mercado, as compras de café por meio de mecanismos como AGF ou compra direta não foram descartadas pelo governo.


“Isso demonstra que o governo está preocupado em elaborar políticas mais ativas para garantir a pujança do setor. Por isso, o ministro também autorizou estudos para avaliar a possibilidade de gestão dos estoques públicos”, destacou Manoel Bertone, secretário de Produção e Agroenergia do Mapa. Ele explicou que no caso dos leilões, o prêmio pago para contar com a ferramenta deve variar de acordo com a procura. “Se estiver muito caro, é só esperar cair”, completou.A expectativa do governo é que as ferramentas valorizem o produto no mercado interno e, assim, os cafeicultores consigam pagar as dívidas vincendas de Dação e Pagamento em dinheiro. “Se precisar, poderá ser entregue a mercadoria com o preço mínimo já reajustado”, lembrou Bertone.


Carlos Alberto da Costa, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), avaliou como positivas as novas políticas. “Com o volume das compras limitado a 400 sacas por pessoa, o leilão será mais abrangente. Mas não é possível afirmar que os preços vão reagir”, completou.


Bertone classificou como natural a resistência do Ministério da Fazenda na elaboração do preço mínimo. O valor final ficou em R$ 261 a saca, enquanto os produtores pediam R$ 320. “Eles precisam avaliar o impacto de todas as políticas no orçamento do governo. Não é possível atender só as necessidades da agricultura. É precisa ver o todo”. Ele reconheceu que o custo de produção varia muito, dependendo do nível de tecnologia de cada produtor, e disse ser normal o surgimento de divergências. “Precisamos elaborar políticas que contemplem a todos. A crise que o setor vive, às vezes, leva a reivindicações exageradas”, completou.


Quanto ao pedido para sua saída do governo feito por mais de 60 cooperativas e sindicatos que representam 150 municípios no sul de Minas Gerais, Bertone disse ser normal no governo. “Grande parte dos cafeicultores enxergam as vitórias que nós conquistamos. Quando assumi a secretaria, o mínimo estava em R$ 157. Se tem um erro que podemos cometer é quando achamos que agradaremos a todos”, afirmou. Disse ainda que não há nada de errado com seu trabalho e afirmou não haver necessidade de mudança de rumo”.


(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 9)(Roberto Tenório)
 

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Mapa libera pacote de ajuda para contornar crise na cafeicultura

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O Ministério da Agricultura (Mapa) vai colocar à disposição dos cafeicultores nos próximos dias um pacote de ajuda para facilitar o acesso ao crédito e melhorar a rentabilidade dos produtores.


Entre as medidas estão a liberação do voto agrícola para redução inédita dos juros de financiamento via Funcafé de 7,5% para 6,75% ao ano e o leilão de opções para compra de 3 milhões de sacas, com preço inicial de R$ 303,50 para cada saca. Dessa maneira, caso todas as opções sejam exercidas, o Mapa poderá desembolsar R$ 1 bilhão em recursos. O subsídio foi autorizado na última quinta-feira pelo Ministro Reinhold Stephanes, por meio da assinatura de uma portaria interministerial, e anunciado oficialmente durante a terceira edição do Fórum Coffee Dinner, organizado pelo Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).


No total, serão realizados 4 leilões para o café arábica do tipo 6, bebida dura, entre os meses denovembro, janeiro, fevereiro e março. Neste último caso, o valor pago pela saca chegará a R$ 314,40. O volume das compras será limitado a 400 sacas por produtor (pessoa física ou jurídica), com o fornecimento de sacaria e transporte, divididos em 1 milhão de sacas para novembro, 800 mil sacas para janeiro, 700 mil sacas para fevereiro e 500 mil sacas para março. Caso essas medidas não provoquem reação no mercado, as compras de café por meio de mecanismos como AGF ou compra direta não foram descartadas pelo governo.


“Isso demonstra que o governo está preocupado em elaborar políticas mais ativas para garantir a pujança do setor. Por isso, o ministro também autorizou estudos para avaliar a possibilidade de gestão dos estoques públicos”, destacou Manoel Bertone, secretário de Produção e Agroenergia do Mapa. Ele explicou que no caso dos leilões, o prêmio pago para contar com a ferramenta deve variar de acordo com a procura. “Se estiver muito caro, ROBERTO TENÓRIO SÃO PAULO O Ministério da Agricultura (Mapa) vai colocar à disposição dos cafeicultores nos próximos dias um pacote de ajuda para facilitar o acesso ao crédito e melhorar a rentabilidade dos produtores.


Entre as medidas estão a liberação do voto agrícola para redução inédita dos juros de financiamento via Funcafé de 7,5% para 6,75% ao ano e o leilão de opções para compra de 3 milhões de sacas, com preço inicial de R$ 303,50 para cada saca. Dessa maneira, caso todas as opções sejam exercidas, o Mapa poderá desembolsar R$ 1 bilhão em recursos. O subsídio foi autorizado na última quinta-feira pelo Ministro Reinhold Stephanes, por meio da assinatura de uma portaria interministerial, e anunciado oficialmente durante a terceira edição do Fórum Coffee Dinner, organizado pelo Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).


No total, serão realizados 4 leilões para o café arábica do tipo 6, bebida dura, entre os meses de é só esperar cair”, completou.


A expectativa do governo é que as ferramentas valorizem o produto no mercado interno e, assim, os cafeicultores consigam pagar as dívidas vincendas de Dação e Pagamento em dinheiro. “Se precisar, poderá ser entregue a mercadoria com o preço mínimo já reajustado”, lembrou Bertone.


Carlos Alberto da Costa, presidenteda Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), avaliou como positivas as novas políticas.


“Com o volume das compras limitado a 400 sacas por pessoa, o leilão será mais abrangente. Mas não é possível afirmar que os preços vão reagir”, completou.


Bertone classificou como natural a resistência do Ministério da Fazenda na elaboração do preço mínimo. O valor final ficou em R$ 261 a saca, enquanto os produtores pediam R$ 320. “Eles precisam avaliar o impacto de todas as políticas no orçamento do governo.


Não é possível atender só as necessidades da agricultura. É precisa ver o todo”. Ele reconheceu que o custo de produção varia muito, dependendo do nível de tecnologia de cada produtor, e disse ser normal o surgimento de divergências. “Precisamos elaborar políticas que contemplem a todos. A crise que o setor vive, às vezes, leva a reivindicações exageradas”, completou.


Quanto ao pedido para sua saída do governo feito por mais de 60 cooperativas e sindicatos que representam 150 municípios no sul de Minas Gerais, Bertone disse ser normal no governo. “Grande parte dos cafeicultores enxergam as vitórias que nós conquistamos.


Quando assumi a secretaria, o mínimo estava em R$ 157. Se tem um erro que podemos cometer é quando achamos que agradaremos a todos”, afirmou. Disse ainda que não há nada de errado com seu trabalho e afirmou não haver necessidade de mudança de rumo. 

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