Lucro da Sara Lee sobe no 2º trimestre, mas fica abaixo das expectativas
Dona das marcas café do Ponto e café Pilão obteve lucro de US$ 880 milhões contra US$ 371 milhões do mesmo período do ano anterior
08/02/2011 13:02:00 – Estadão
Gabriela Mello, da Agência Estado
CHICAGO – A norte-americana Sara Lee anunciou hoje um lucro de US$ 880 milhões, ou US$ 1,37 por ação, no segundo trimestre fiscal, acima de US$ 371 milhões, ou US$ 0,53 por ação, no mesmo intervalo do ano anterior. O resultado, contudo, ficou abaixo do esperado devido à alta dos preços das commodities e à fraqueza do euro.
Sem considerar os ganhos obtidos com a venda de ativos e incentivos fiscais, a companhia lucrou apenas US$ 0,24 por ação no período, ante US$ 0,27 por ação. A receita caiu 0,4% no segundo trimestre – encerrado em 1º de janeiro de 2011 -, para US$ 2,3 bilhões. Já a margem bruta recuou de 36,8% para 34%. Analistas consultados p ela Thomson Reuters previam lucro de US$ 0,25 por ação sobre faturamento de US$ 2,52 bilhões.
A Sara Lee, que no Brasil detém as marcas café do Ponto e café Pilão, confirmou no mês passado que seu conselho decidiu, a princípio, dividir os dois principais segmentos de negócios, após o grupo ter rejeitado uma oferta de aquisição de US$ 17,50 por ação feita pela processadora JBS em meio a uma disputa com algumas firmas de private equity.
Com a separação, prevista para o começo do próximo ano, as unidades de varejo e de foodservice (fornecimento para clientes corporativos), exceto as operações de bebidas na América do Norte, serão fundidas em uma nova companhia que continuará sendo chamada de \”Sara Lee\”. As divisões de bebidas e produtos de panificação – que incluem marcas como a Douwe Egberts e a Senseo, na Europa – formarão outra empresa, cujo nome ainda será definido.
No entanto, o plano ainda é visto com ceticismo em Wall Street, e alguns analistas questionam se os acionistas não seriam mais beneficiados pela venda completa das operações. A Sara Lee, assim como outros fabricantes de alimentos, tem enfrentado dificuldades por causa do aumento dos custos das commodities, de despesas maiores com marketing e da postura ainda cautelosa dos consumidores. Segundo a companhia, os gastos com matérias-primas subiram US$ 127 milhões no segundo trimestre, mas o repasse para os clientes conseguiu compensar apenas US$ 73 milhões.
O setor de varejo na América do Norte lucrou 28% menos no período devido às margens mais fracas. A receita cresceu 1%, conforme a alta dos preços minimizou a redução do volume de vendas. Já os negócios internacionais de bebidas tiveram um lucro 36% menor no segundo trimestre por causa da apreciação das commodities. As informações são da Dow Jones.