LOGISTICA – Codesp prevê resultado de R$ 100 milhões

Por: DCI

21/08/09 – Realizações que acompanharam promessas da posse e previsão de resultado positivo em R$ 100 milhões. Esta é a análise do primeiro ano da gestão do diretor presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Serra. Ele reconhece que ainda há muito a ser feito, mas destacou os esforços no sentido de agregar toda estrutura portuária, resgatar e consolidar o conceito de Autoridade Portuária e retomar os processos licitatórios de arrendamento de áreas.


Nesse rol de ações já iniciadas, cita os estudos de reestruturação organizacional da empresa, iniciativa imprescindível para novos ajustes que trarão melhores condições aos empregados e às atribuições da empresa, como por exemplo a atividade de fiscalização das operações portuárias. Outro item também destacado é a estabilização financeira que vai permitir à Codesp começar a reinvestir com recursos próprios no Porto de Santos.


A empresa projeta para este exercício um resultado financeiro positivo da ordem de R$ 100 milhões, proporcionado pelos novos arrendamentos e ajustes internos. Com isso, já foi possível impulsionar algumas atividades com recursos próprios como o serviço de dragagem de manutenção do canal de navegação.


A fórmula apontada por Serra para obter e manter esse desempenho não é segredo. Além dos recursos captados com a nova modalidade para contratos de arrendamento, foi estabelecida uma meta de redução de despesas com custeio da ordem de 15%, mais outras fontes de receitas como a procedente de leilões.


Serra explica que são elevadas as despesas, principalmente as procedentes dos serviços terceirizados para manutenção da infraestrutura portuária e são necessárias novas medidas para a empresa ter fôlego financeiro para cumprir essas atribuições.


Ele disse que a Codesp se prepara para pleitear ajuste tarifário, lembrando que o último ocorreu há cinco anos. Uma nova proposta será encaminhada ao Conselho de Autoridade Portuária (CAP) dentro de dois meses.


Em outra frente, novos recursos serão captados com a realização este ano de mais dois processos licitatórios para arrendamento de áreas: de um terminal para grãos na margem esquerda e um terminal para granéis líquidos na Ilha do Barnabé.


Há, ainda, a meta de se reequilibrar alguns contratos de áreas, algo permitido por lei após cinco anos de vigência. O presidente explica que existe hoje grande disparidade nos preços de terminais, inclusive concorrentes. A tendência é se comparar a realidade de cada contrato, considerando os diversos aspectos de cada um e promover um reequilíbrio satisfatório.


Quanto à expansão do Porto de Santos, a criação da área de Planejamento Estratégico e Controle é apontada por Serra como indispensável para que o complexo santista possa garantir o escoamento de cargas previsto para as próximas décadas. Alguns estudos estão em fase final de conclusão e se complementam. Trata-se do chamado Master Plan, que definirá a demanda atual do Porto, por tipo de carga, assim como projeção do crescimento em cenários quinquenais até 2024.


“Os estudos do Master Plan caminham em conjunto com o estudo de acessibilidade, dimensionando-se os acessos rodoferroviários de acordo com o estabelecido como expansão portuária para Santos”, comenta Serra, explicando que esses trabalhos irão identificar os gargalos nos acessos num cenário de expansão física, determinando os projetos necessários para atender de forma suficiente o novo perfil do Porto.


Administração


Quanto à reorganização administrativa da empresa, Serra destaca a necessidade de não só a Codesp mas as companhias docas do País adequarem seu perfil para uma autêntica Autoridade Portuária, estabelecendo um novo padrão de eficiência para os portos, incluindo um novo organograma no gerenciamento dos casos de aposentados em atividade e empregados que não aderiram ao novo plano de cargos e salários. Ainda em relação ao quadro de empregados, o presidente destacou a implantação da Participação nos Lucros e Resultados da empresa, já autorizado pelo Departamento de Coordenação e Controle das Estatais (Dest). Com o resultado estimado para este ano, os empregados já serão contemplados com essa iniciativa.


Infraestrutura


Dentre as ações voltadas para oferecer melhor infraestrutura ao Porto de Santos, Serra destaca as obras de implantação da Avenida Perimetral da Margem Direita, anunciando o lançamento da licitação para execução do trecho 3 que se estende do canal 4 à região da Santa, onde será erguido mais um viaduto. A previsão é a conclusão até o final de 2010.


O novo viário da margem direita irá ainda incorporar futuras intervenções. A empresa está contratando projeto executivo para a construção de um quilômetro de mergulhão no trecho do Valongo. Serra informa que a partir do projeto poderá encaminhar ao governo federal a estimativa de custo para inclusão no orçamento da União.


A Codesp aguarda a conclusão de um trabalho financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Governo Federal para elaboração de um master plan com base na demanda futura de cargas para promover estudo de logística que apontará entre outras ações as próximas etapas de implantação para concluir o viário do Porto de Santos, com a possibilidade de se executar uma ligação a seco entre as duas margens do complexo, algo que demandará o envolvimento de prefeituras municipais, Marinha, Aeronáutica e a comunidade de forma a encaminhar o assunto de maneira abrangente.


Outra iniciativa é o lançamento previsto para o próximo mês da licitação para aquisição com recursos próprios do VTMS (Vessel Traffic Management Systems) para monitoramento das embarcações a partir da instalação de 4 radares com alcance de 12 milhas. Serra lembra que, com o aprofundamento e alargamento do canal de navegação, é indispensável o controle de tráfego o que proporcionará maior agilidade e um conseqüente ganho operacional. O presidente destaca ainda a criação do Banco de Dados Comum de Credenciamento em conjunto com a Alfândega do Porto de Santos e a Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra). Trata-se de um cadastro único de todos os funcionários, visitantes e veículos de empresas que atuem na área portuária, com estimativa de demanda de cerca de 30 mil usuários, além do cadastro realizado pela Codesp que atinge mais 34 mil cartões.


“Fazer com que Santos encontre seu melhor caminho é, além de uma meta profissional, um compromisso pessoal que assumo”, cita o presidente, acrescentando que o próximo ano de gestão será também de muito trabalho e desafios. 

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.