O diretor de programa da Secretaria de Política Econômica do Ministério da
Fazenda, Gilson Alceu Bittencourt, informou, nesta quinta-feira, dia 16 de
abril, após reunião extraordinária do CMN (Conselho Monetário Nacional), que foi
aprovado um voto que autoriza o lançamento de contratos de opção pública e
privada, por um valor até 10% superior ao preço mínimo de garantia.
Ele anotou que, com essa medida, a intenção do Governo Federal é estimular a
produção dos produtos amparados pela PGPM (Política de Garantia de Preços
Mínimos), sinalizando ao agricultor um preço mais alto durante o período de
exercício do contrato. A parte boa é que o café faz parte dessa gama de
produtos.
Porém, se o supracitado é positivo, faz-se necessário lembrar que o atual
preço mínimo para o café é o contraponto, uma vez o PGPAF (Programa de Garantia
Preços para a Agricultura Familiar – vide página 19) determina o valor da saca
de 60 kg de café arábica, atualmente, em R$ 211,75.
No dia 14 de abril, o BLOG DO CAFÉ anunciou, em postagem das 14h03, que o
secretário de Produção e Agroenergia do Mapa (Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento), Manoel Bertone (foto), desempenhou um trabalho no
sentido de reajustar o preço mínimo do café. Em conversa com ele, hoje,
confirmei que o valor, definido em voto enviado à Fazenda, foi de R$ 282,00 à
saca. Porém, esse patamar parece ter encontrado resistência por parte da área
econômica, a qual, por sua vez, teria indicado R$ 261,00.
Realizando um exercício de futurologia, com base nos dois níveis de preço
apresentados, podemos chegar às seguintes definições.
PREÇO MÍNIMO DE R$ 282,00
Com a definição de um prêmio de até 10%
sobre o preço mínimo que viger na ocasião da entrega do produto, o cafeicultor
que participar do(s) Leilão(ões) de Opções Públicas de Venda de Café poderá
receber até R$ 310,20 pela saca.
PREÇO MÍNIMO DE R$ 261,00
Nessa situação, o produtor de café que
participar do(s) Leilão(ões) poderá receber, no máximo, R$ 287,10 por sua saca
de café arábica.
Ao se considerar que, pelo menos nos últimos 10 anos, segundo informações das
entidades representantes do setor, o cafeicultor vendeu sua safra abaixo dos
custos de produção e que esses custos (foram na safra 2008 e, na atual,) são
superiores a R$ 300,00 em grande parte do cinturão produtor, seria extremamente
relevante a definição do preço mínimo de garantia em R$ 282,00, uma vez que o
setor, atualmente, padece de políticas de renda.
Enfim, permaneço atento às novidades e, tão logo seja estipulado o novo preço
mínimo de garantia para a saca de 60 kg de café arábica, repasso a
vocês.
Para terem acesso a todos os votos aprovados pelo CMN, em
sua reunião extraordinária realizada hoje, CLIQUE
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