Belo Horizonte, 10 –
As principais regiões produtoras do sul de Minas registraram no último final de semana a abertura da segunda florada da safra 2005/2006. A colheita já está concluída nestas regiões e atualmente os produtores, principalmente os que têm lavouras em áreas mais altas, estão preocupados com o aumento da infecção por phoma. A propagação do fungo é favorecida pelas baixas temperaturas e aumento da umidade.
Conforme o agrônomo da Fundação Procafé em Varginha, Leonardo Bíscaro, a infecção foi observada em áreas mais altas e a orientação é o monitoramento das lavouras com aplicação preventiva de fungicidas. A doença pode provocar uma perda significativa de produção, porque costuma atacar os ramos e botões florais.
Segundo o vice-presidente da Associação de Produtores de Carmo de Minas (Aprocam), Antônio José, a infecção foi observada principalmente após a primeira florada, que ocorreu em meados do mês passado. “No ano passado tivermos um ataque forte da doença, já neste ano a infecção ficou localizada”, disse.
Em São Sebastião do Paraíso, conforme explicou o gerente do departamento técnico da cooperativa local (Cooparaíso), Marcelo Moura de Almeida, a ocorrência do fungo foi verificada em municípios como São Tomás de Aquino e Jacuí, na área de abrangência da entidade. De acordo com ele, se o ataque continuar, a perda pode ser preocupante pois a doença propicia a queda dos chumbinhos. Em São Sebastião do Paraíso, as floradas têm ocorrido de forma irregular, induzidas por chuvas isoladas.
De acordo com o boletim da Estação de Avisos Fitossanitários, localizada em Varginha, em setembro o índice pluviométrico foi de 75,9 milímetros, dentro da média histórica para o mês que é de 78,9 milímetros. No final do mês, ocorreu um pequeno déficit, normal para a região no período. A temperatura média foi de 19,4 graus, semelhante à média histórica. A temperatura máxima absoluta foi de 30,4 graus e a mínima 10,3 graus. A evapotranspiração potencial (ETP) foi 68,8 milímetros.
O boletim apontou um índice médio de infecção por ferrugem de 3,1% e os técnicos sugerem a programação de controle com produtos sistêmicos via solo já a partir de outubro e preventivos foliares no início de novembro. Já a Phoma foi observada em talhões isolados nas lavouras localizadas na Fazenda Experimental, justificando monitoramento e controle em áreas sujeitas visando um bom pegamento de floradas.
Raquel Massote