Irrigação ionizada faz rosa crescer

Por: 17/01/2007 05:01:30 - O Estado de São Paulo

Um estudo inédito feito no País deve animar produtores de flores de corte. O pesquisador Rogério da Costa acompanhou, por cerca de um ano, o desenvolvimento de rosas numa estufa submetida à irrigação magnetizada, em que a água é condicionada magneticamente (por ímãs fixos) antes de ser fornecida às plantas.


“Em linhas gerais, condicionar magneticamente é expor a água a um campo magnético (ímã), alterando os íons contidos no líquido. Isso influi no desenvolvimento da rosa”, explica Costa, que defendeu tese de mestrado sobre o tema no Instituto Mauá de Tecnologia.


Costa diz que com a aplicação da técnica , a roseira passou a crescer mais rápido, ter hastes mais longas e botões e folhas maiores. “O que agrega valor, pois quanto maior a haste mais valorizada é a flor.” O comprimento da haste aumentou 3,9%; a largura do botão, 8,3% e o comprimento, 3,8%. “Após 15 dias de aplicação houve aumento de 12% na produtividade”, afirma. No final do ciclo de floração (12 meses), o aumento foi de 23% em relação ao número de hastes colhidas. “Mas o estudo ainda deve ser aprimorado”, diz.


EXPERIÊNCIA


Costa conta que escolheu a rosa para testar a teoria em razão do alto valor comercial e pelo cultivo em larga escala. “Precisava de dados estatísticos e era necessário uma boa amostragem”, explica. “Além disso, a rosa é muito sensível a qualquer mudança climática e à qualidade da água fornecida. Qualquer efeito negativo poderia alterar produtividade, cor, textura, formato, dimensões da haste, folhas e pétalas, longevidade após o corte e suscetibilidade ao ataque de pragas.”


Os estudos foram conduzidos em Andradas (MG), onde está uma das unidades de produção do Grupo Flora Reijers, que tem sede em Holambra (SP). Lá, Costa observou duas estufas idênticas de rosas; a diferença era apenas em relação à água. “Cuidei para que as duas estufas tivessem exatamente o mesmo manejo”, garante.


Costa destaca, ainda, que o condicionador magnético é relativamente barato, de fácil manejo, não precisa de energia e não oferece riscos ao ambiente. “A técnica pode ser usada para condicionar qualquer água destinada à irrigação”, afirma ele, que pretende iniciar estudos com cana-de-açúcar, café e frutas. “Cada um é um caso particular, mas a estrutura da célula vegetal é análoga, o que traz perspectivas animadoras.”


(SERVIÇO) SAIBA MAIS:



Rogério da Costa, tel. (0–11) 4238-4325; e-mail: roger_costa@yahoo.com
 

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